O Ministério Público descartou um possível direcionamento na compra de um carro da marca Jeep de quase R$ 230 mil pelo prefeito de Assaí, Tuti Bomtempo (PSD), e arquivou o inquérito aberto para investigar a aquisição. O veículo luxuoso, usado para viagens oficiais, foi comprado de uma concessionária de Curitiba, a única a participar da licitação.
Esta investigação buscava saber se o processo teria sido direcionado para a empresa curitibana, o que foi desconsiderado com os depoimentos de servidores e do próprio chefe do Executivo. Ao MP, Bomtempo confirmou que partiu dele o pedido para comprar "um carro mais alto, com cinco lugares, seguro e a diesel, que é muito mais econômico que a gasolina".
Em outro trecho, o prefeito afirmou "que não sabia quem ganhou a licitação, pois qualquer um pode participar". Ele frisou que "foi comprado o modelo de valor mais barato". O chefe de gabinete, Paulo Roberto Moreira, também ouvido no inquérito, disse que o automóvel "é investimento do município de Assaí. É uma ferramenta necessária para a atividade do prefeito".
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Também em depoimento, o diretor do Departamento de Compras da prefeitura garantiu "que pesquisou os veículos disponíveis nas condições citadas e selecionou quatro marcas disponíveis". O funcionário público pontuou que "elaborou um orçamento, onde foi apontado o menor preço".
Na licitação, a prefeitura descreveu que o carro deveria ser "zero quilômetro, movido a diesel, ano 2021/2022, moto 2.2 turbo, câmbio automático, seis air bags, mínimo de cinco lugares, ar-condicionado digital, ajuste elétrico no banco do motorista e computador de bordo". O Ministério Público também arquivou um procedimento que apurava especificamente o alto valor do automóvel.
Em entrevista à FOLHA, Tuti Bomtempo reforçou o que disse à Promotoria. "Fiz uma compra legal, em uma licitação legal. Foi o valor mais barato, compatível para proporcionar segurança", declarou.