O ministro interino do Meio Ambiente, Claudio Langone, afirma que um dos grandes desafios do Brasil é incorporar a questão ambiental às estratégias de desenvolvimento do país. Para ele, um dos resultados da 2ª Conferência Nacional do Meio Ambiente deverá ser uma recomendação neste sentido.
Durante quatro dias, a partir deste sábado, mais de 1,5 mil pessoas devem se reunir em Brasília para discutir o tema "Política ambiental integrada e uso sustentável dos recursos naturais".
"Certamente vai sair uma orientação no sentido de que se aprofunde o processo de incorporação da dimensão ambiental nas estratégias de desenvolvimento no Brasil, para que a gente entre numa nova etapa, em que o processo de tomada de decisão sobre as novas opções de desenvolvimento incorpore a dimensão ambiental", defende Langone.
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Segundo ele, há uma decisão de governo para que a questão ambiental também sirva para nortear o planejamento das ações para o desenvolvimento brasileiro. "Uma das questões mais importantes, que está sendo construída junto com o Ministério do Planejamento, é que já temos uma decisão de governo de que o próximo PPA [Plano Plurianual] – que é a grande peça de planejamento de políticas públicas no Brasil, principalmente em relação à infra-estrutura – utilize o instrumento da avaliação ambiental estratégica como instrumento de tomada de decisão. Isso é um avanço muito importante".
No entendimento de Langone, se o Brasil não perceber a importância da questão ambiental como algo fundamental, "vai perder uma grande oportunidade histórica". "Hoje temos três países no mundo que têm possibilidade de migrar para os blocos dos países desenvolvidos", comenta.
"São eles o Brasil, a Índia e a China. E o Brasil tem, na área ambiental, vantagens incomparáveis em relação à Índia e à China. Temos que ter sabedoria para aproveitar essas oportunidades, não só oportunidades de inserção política, no contexto global, mas, sobretudo, de inserção econômica."
O ministro interino observa que o Brasil, em termos de meio ambiente, tem padrões de avanço tecnológico e de conhecimento similares aos dos principais países desenvolvidos do mundo.
"No Brasil, não temos possibilidade de acontecer desastres como esse que aconteceu na China, recentemente, de uma mancha de 80 quilômetros de benzeno num rio que abastece uma população de 3 milhões de pessoas", opina. "No Brasil, isso seria impensável por causa do nível de avanço tecnológico que a indústria brasileira tem e também de segurança."
Para que o país consiga inserir a variável ambiental nas estratégias de desenvolvimento é preciso pensar em médio e em longo prazo, de acordo com Langone. "O Brasil precisa perder a mania de pensar em curto prazo e voltar a pensar em médio e em longo prazo, porque toda vez que se pensa em curto prazo, o meio ambiente perde."
Agência Brasil