O juiz federal Sérgio Moro aceitou nesta sexta-feira (21) denúncia do Ministério Público Federal (MPF) contra o ex-tesoureiro do PT Delúbio Soares e mais cinco investigados na Operação Lava Jato. Com a decisão, Delúbio e os demais acusados se tornam réus na investigação pelo crime de lavagem de dinheiro.
De acordo com a acusação do MPF, o empresário José Carlos Bumlai, que reponde a outra ação penal sobre o mesmo caso, usou contratos firmados com a Petrobras para quitar um empréstimo com o Banco Schahin.
Segundo os procuradores, depoimentos de investigados que assinaram acordos de delação premiada revelam que o empréstimo de R$ 12 milhões se destinava ao PT e foi pago mediante a contratação da Construtora Schahin como operadora do navio-sonda Vitória 10.000, da Petrobras, em 2009. De acordo com as investigações, Delúbio participou de reuniões para acertar o empréstimo.
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Celso Daniel
A partir das investigações, o MPF passou a suspeitar que R$ 6 milhões, metade do empréstimo, foram repassados a Ronan Maria Pinto pelo PT. O partido sofreria extorsão do empresário, que teria ameaçado denunciar o esquema de corrupção da prefeitura de Santo André (SP), então comandada por Celso Daniel, assinado em 2002.
Sobre essas acusações, Moro decidiu arquivar as imputações contra o ex-ministro da Casa Civil José Dirceu e os empresários José Carlos Bumlai, Milton Schahin e Salim Schahin por falta de provas. O juiz também entendeu que as acusações prescreveram porque o período prescricional caiu pela metade em função "da idade avançada" dos investigados.
Em março, em depoimento prestado à Polícia Federal (PF), o ex-tesoureiro do PT Delúbio Soares disse que não deu aval e que desconhecia um empréstimo supostamente fraudulento.
Segundo Delúbio, em uma das reuniões, feita na sede nacional do PT em São Paulo, estava Sandro Tordin, um dos investigados ligados ao Banco Schain, mas nada foi falado sobre o empréstimo. Aos investigadores, Delúbio disse que soube do empréstimo recentemente pela imprensa.