O juiz federal Sérgio Moro encaminhou nesta segunda-feira, 5, ao corregedor regional da Justiça Federal da 4ª Região, desembargador federal Ricardo Teixeira do Valle Pereira, um ofício no qual informa que pretende pedir sua exoneração em janeiro do ano que vem, "logo antes da posse do novo cargo". Moro aceitou o convite do presidente eleito Jair Bolsonaro (PSL) para assumir o Ministério da Justiça.
"Reputo salutar afastar-me da jurisdição dos casos judiciais relacionados à Operação Lava Jato, com o que evitar-se-á controvérsias desnecessárias", afirmou Moro ao corregedor.
"Assim, pretendo tirar a partir da presente data as várias férias que acumulei durante meu período de magistrado em decorrência das necessidades do serviço. As férias também permitirão que inicie as preparações para a transição de Governo e para os planos para o Ministério", escreveu.
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A saída de Moro vai abrir uma vaga na 13ª Vara Federal de Curitiba. A pergunta é: quem poderá ocupar a cadeira que foi de Moro por toda a Operação Lava Jato e desde muito antes? Em um primeiro momento, quem tomará decisões sobre os processos da Lava Jato será a juíza federal substituta Gabriela Hardt, que já atuou no caso todas as vezes em que Moro estava ausente - em maio, ela mandou prender o ex-ministro José Dirceu.
Gabriela ocupa o cargo desde 2014. No próximo dia 14, ela deverá interrogar o ex-presidente Luiz Inácio Lula na ação penal do sítio de Atibaia (SP), na qual o petista é acusado de corrupção e lavagem de dinheiro.