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"Verdadeiro gestor político"

MP escancara relação de Luiz Abi com auditores da Receita

Guilherme Batista - Redação Bonde
10 jun 2015 às 17:28

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- Saulo Ohara/Equipe Folha
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A segunda fase da Operação Publicano, deflagrada nesta quarta-feira (10) pelo Grupo de Atuação Especial e Combate ao Crime Organizado (Gaeco), tem, como personagem central, o empresário Luiz Abi Antoun, já denunciado pelo Ministério Público (MP), em abril deste ano, por participação em um esquema de fraude de licitações do Governo do Estado. Dessa vez, Abi é tratado pelo MP como o "verdadeiro gestor político" da Receita Estadual nos pedidos de prisão e de busca e apreensão apresentados à 3.ª Vara Criminal de Londrina. Os promotores se utilizaram de declarações do auditor - e delator - Luiz Antônio de Souza para formular os processos.

De acordo com o MP, o empresário "exerce inegável influência na administração pública, a despeito de não ocupar formalmente nenhum cargo público ou político". Os promotores também escancaram, nos processos, a relação de proximidade e amizade do empresário, que é parente distante do governador Beto Richa (PSDB), com diversos auditores da Receita, entre eles Márcio Albuquerque de Lima, apontado, até então, como o chefe da organização criminosa descoberta dentro da Receita Estadual. Ainda conforme o MP, Abi teria sido o responsável por apontar o nome de Lima para o cargo de inspetor geral da Receita no ano de 2011, primeiro de Beto Richa como governador do Paraná.

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Depoimento de Caramori

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O MP também usa um depoimento do ex-assessor do Governo do Estado, Marcelo Caramori, preso em março suspeito de participar de um mega esquema de exploração sexual de adolescentes em Londrina. Na oitiva, coletada pelo Gaeco em 9 de março, Caramori também cita a relação de proximidade entre Abi e Lima.

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Conforme os fatos, a amizade dos dois teria tido início em 2010, quando o auditor teria revelado a intenção de apoiar Beto Richa nas eleições daquele ano com o objetivo de "conseguir um cargo melhor na Receita Estadual". Lima, inclusive, teria participado do comitê do tucano, sendo liberado pelos seus superiores na época, Milton Giácomo e José Luiz Favoretto, para ajudar na campanha de Richa "sem que fossem descontados os dias que faltava ao serviço".


Caramori também revela, no depoimento utilizado pelos promotores, que Lima chegou a estreitar relações com Victor Hugo Boselli Dantas, coordenador da Região Metropolitana de Londrina e um dos responsáveis por coordenar a campanha de Richa na cidade. Conforme o ex-assessor, tanto Abi como Dantas "bancaram a nomeação" de Lima como inspetor geral da Receita, "já em 2011".

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Operação


Luiz Abi teve a prisão preventiva decretada nesta quarta-feira e segue sendo procurado pelo Gaeco. Já Lima, detido e, posteriormente, solto na primeira fase da operação, voltou a ser preso na manhã de hoje com outros 46 suspeitos, entre auditores fiscais, contadores e empresários.

O Gaeco pretende cumprir, até o final do dia, 68 mandados de prisão e 65 de busca e apreensão. A Justiça também já autorizou a quebra do sigilo bancário de 59 investigados. Os mandados estão sendo cumpridos em Londrina, Curitiba, Arapongas, Apucarana e Maringá.


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