O ex-delegado geral da Polícia Civil João Ricardo Képes Noronha, presidente da Associação dos Delegados de Polícia do Paraná (Adepol), disse ontem que a denúncia apresentada pelo Ministério Público (MP) é fruto de uma série de irregularidades apontadas pela entidade e promovida por policiais militares do Grupo Especial de Repressão ao Crime Organizado (Gerco), órgão vinculado à Promotoria de Investigações Criminais (PIC). "Encaminhei uma série de ofícios pedindo providências por causa de irregularidades cometidas por policiais militares da PIC. Disse que o trabalho irregular deles estava comprometendo a atuação do Ministério Público. Esta denúncia é um reflexo disto", argumentou Noronha.
Ele disse que ainda não teve acesso aos termos da denúncia apresentada pelo MP e que apenas se manifestará oficialmente quando tiver acesso aos documentos encaminhados para a Central de Inquéritos. Noronha estranhou o fato de a denúncia ter sido feita apenas agora. Ele disse que o Ministério Público tinha posse do contrato de prestação de serviços e da quebra dos sigilos bancário e telefônico desde o ano passado. "Naquela época eles já tinham tudo o que têm agora. Por que a denúncia foi feita neste momento? Acho que é no mínimo suspeito", avaliou.