A bancada de oposição - formada por 14 dos 54 deputados - recuou ontem e decidiu retirar o requerimento de voto de repúdio ao presidente da Companhia Paranaense de Energia (Copel) e secretário da Fazenda, Ingo Hubert. O requerimento seria votado na sessão de ontem. A justificativa, segundo o líder do PMDB, Nereu Moura, é que a Assembléia Legislativa já aprovou, no dia 26 do mês passado, o pedido de demissão de Hubert da presidência da estatal e, por isso, o repúdio seria "redundância". "A demissão já é uma forma de repúdio", avaliou. Nos bastidores, a versão corrente era que a oposição está cedendo e perdendo terreno na briga anti-privatização.
A oposição havia apresentado o voto de repúdio depois que uma manobra da liderança do governo garantiu a aprovação - por unanimidade - de uma moção de apoio e voto de confiança a Hubert, em homenagem ao seu desempenho na sabatina de terça-feira passada na Assembléia. O voto de louvor, apresentado no dia 28 de março pelo vice-líder do governo, Ademar Traiano (PTB), irritou os oposicionistas, que cochilaram e permitiram a aprovação da homenagem. "Foi uma jogada sub-reptícia", reclamou o líder da oposição, Waldyr Pugliesi (PMDB).
Esse não foi o único recuo do bloco de oposição. Pelo acordo firmado com a liderança do governo, a bancada teria direito de levar hoje dois palestrantes contrários à privatização. Ontem, a liderança da oposição admitia que ninguém iria dar palestra e que o pronunciamento ficaria para a próxima semana. O presidente Hermas Brandão (PTB) afirmou que as palestras estão canceladas.