O deputado estadual Plauto Miró Guimarães (PFL) quer instalar mais uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) na Assembléia Legislativa do Paraná. Desta vez, o alvo é a campanha eleitoral do governador Roberto Requião.
A suspeita foi levantada por causa da fita de vídeo em que o deputado estadual e atual secretário-chefe da Casa Civil, Caíto Quintana, pedia votos e apoiava a regularização dos bingos.
Além do vídeo, existe a denúncia feita na quinta-feira pela presidente do Sindicato dos Trabalhadores em Bingos e Casas de Videoloterias, Janete do Rocio Nowakowski. Segundo ela, empresários e funcionários do setor teriam doado R$ 200 mil e material de campanha para a eleição do governador.
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Ainda na quinta-feira, Requião negou, com veemência, que tenha recebido qualquer contribuição dos bingos para a sua campanha. "Só um tolo, um bobo tentaria financiar a campanha de um político de uma posição clara e definitivamente contra o jogo", disse o governador.
Como Requião negou ter sido ajudado pelos bingos, Plauto Miró quer que a CPI apure se o governador recebeu as supostas doações sem declará-las na prestação de contas ao Tribunal Regional Eleitoral (TRE).
Existem, no entanto, pelo menos dois obstáculos para a instalação da CPI. O primeiro é que o número de CPIs funcionando na Assembléia Legislativa já chegou ao limite máximo de cinco. A última solicitada foi a CPI da Terra, que deve investigar as ações do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem-Terra (MST) no estado.
A CPI da Terra, que também foi pedida pelo deputado Plauto Miró, conseguiu ser aprovada - com 21 votos - porque não contrariava os interesses do governo, que é maioria na Assembléia.
E aí está o segundo obstáculo para a CPI dos Bingos: são necessários, no mínimo, 18 votos para aprová-la, o que é difícil de se conseguir quando o tema de investigação envolve o governo.