O senador Osmar Dias confirmou ontem que estuda sua saída do PSDB. Recentemente ele recebeu convite do senador Roberto Requião para ingressar no PMDB. Sobre a proposta, o tucano respondeu: "Me sinto em casa quando estou com os companheiros do PMDB". Ele declarou ainda que já foi sondado pelo PPS, PT, PPB e PTB. "Vamos estudar todos os pedidos com cautela", avisou.
Mesmo com disposição para mudar de partido, Osmar avisou que também cogita permanecer no PSDB. Para isso, quer garantia de mais espaço político na sigla. "Não se abandona uma estrutura no primeiro problema, temos que ver o que o partido tem a nos oferecer."
Descontente com os rumos do PSDB, que enfrenta uma sucessão de crises no poder, Osmar declarou que não aprova o comportamento do partido, "que na televisão prega a ética e a moralidade, mas no Congresso quer barrar investigações de denúncias de corrupção". Acredita que se ficar no PSDB, não será contaminado pela contradição que denuncia. "Eu e o Alvaro já pregamos nossa independência. A população sabe discernir pessoas de partidos."
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Desde o segundo mandato do presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB), tanto Alvaro como Osmar não emplacaram qualquer indicação para os escalões mais altos do governo. Contrariados, já no primeiro semestre de 1999, passaram a criticar e votar contra projetos do governo.
O gesto de "rebeldia" mais recente foi a assinatura de Osmar e do irmão, o senador Alvaro Dias, presidente do PSDB estadual, no requerimento da oposição que defende a criação de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para apurar denúncias no governo federal. "O governo deveria apoiar a CPI para mostrar que não está envolvido", diz Osmar.
Segundo Osmar, suas pretensões para a eleição de 2002 continuam sendo a permanência no Senado. Porém, ele não descarta mudar os planos. "Já existem dois candidatos ao governo: o Alvaro e o Requião. Qualquer alteração depende da população", diz, referindo-se às pesquisas de intenção de voto.
Osmar é defensor da tese de que a oposição precisa lançar apenas uma chapa para enfrentar o candidato do governador Jaime Lerner (PFL). Segundo o tucano, apesar do desgaste político do governador, um nome de consenso "poderia evitar surpresas" na eleição.