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Paolicchi depõe e acusa Lerner e Alvaro Dias

Marcos Zanatta - Folha do Paraná
23 fev 2001 às 21:35

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O ex-secretário de Fazenda de Maringá, Luis Antônio Paolicchi, disse em depoimento ao juiz Anderson Furlan Freire da Silva, da Vara Federal Criminal, que um volume não identificado de dinheiro desviado da prefeitura financiou as campanhas do governador Jaime Lerner (PFL) e do senador Alvaro Dias (PSDB). Paolicchi declarou que a pedido do ex-prefeito Jairo Gianoto (sem partido), ‘toda a campanha’ de reeleição de Lerner ao governo do Paraná e de Alvaro ao Senado na região de Maringá foi paga com recursos do município.

Apenas o fretamento de um avião do doleiro londrinense Alberto Youssef, que ficou à disposição de Alvaro, teria custado aos cofres públicos ‘mais de R$ 200 mil’, segundo o ex-secretário. Esta dívida, segundo Paolicchi, foi paga depois da campanha, com cheques da administração contra a próprio município, depois transformados em cheques administrativos de vários bancos, ‘normalmente Caixa Econômica Federal’, segundo o ex-secretário.

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Paolicchi confirmou as declarações de sua secretária Raquel Budzinski, que já havia sido interrogada e declarado que o coordenador da campanha de Lerner na região, João Carvalho Pinto, frequentava o seu gabinete na época da eleição. ‘Frequentemente, a cada três ou quatro dias, Gianoto pedia e Carvalho ia buscar dinheiro para pagar contas da campanha de Lerner’, disse. Segundo ele, o dinheiro destinado a Alvaro ‘saía direto’ de Gianoto.

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Paolicchi contou ainda que o esquema começou na administração do hoje deputado federal Ricardo Barros (PPB), através do diretor de Fazenda Airton Furlanetto. Barros foi prefeito de 88 a 92. Segundo Paolicchi, o diretor costumeiramente pedia a emissão de dois cheques para a mesma despesa. Ele não soube precisar o que era feito com o cheque emitido a mais. ‘Não me recordo dos valores, mas eram altos’, afirmou. Os prefeitos seguintes, Said Ferreira e Jairo Gianoto (ambos sem partido), continuaram com os desvios, garantiu.

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Paolicchi iniciou o depoimento alegando que ao ser ouvido pela primeira vez, em 12 de dezembro, encontrava-se abalado. ‘Deixei de colocar muitas coisas’, afirmou. Os principais alvos de Paolicchi foram os dois últimos prefeitos, Said e Gianoto. Também porque ele chegou a ser secretário dos dois. Ele disse que o então secretário de Said, Rubens Weffort, desconhecia o esquema.


O secretário seguinte de Said, Osmar Zaninello, de acordo com Paolicchi, conhecia e se beneficiou do esquema. No final da gestão, Said teria ordenado a Paolicchi (secretário de Fazenda) ajudar o então candidato Gianoto.

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O candidato apoiado por Said, o procurador-geral do Estado, Joel Coimbra, receberia recursos do Serviço de Obras e Pavimentação, segundo o depoimento de Paolicchi. Ele disse que Gianoto procurava dinheiro da secretaria, mas não soube se Coimbra teve apoio do município.
Eleito, Gianoto convidou Paolicchi para continuar no comando da secretaria. Alguns meses após assumir, o prefeito teria iniciado o esquema de desvios, ‘mandando’ emitir cheques sem comprovação de despesas. Um dos primeiros compromissos de Gianoto, contou Paolicchi, era saldar a dívida com o então deputado estadual Marquinhos Alves. Alves teria, segundo o ex-secretário, recebido US$ 150 mil para ser vice de Gianoto.


Outro desvio logo no início da administração teria sido para a troca do avião de Gianoto. Paolicchi declarou que dois meses depois de assumir, Gianoto trocou a aeronave Seneca que tinha por um Baron, voltando US$ 120 mil. Em seguida, o Baron foi trocado por um bimotor Chayenne de US$ 700 mil. A diferença, paga em cinco vezes, saiu dos cofres da prefeitura, garantiu Paolicchi. ‘O pagamento era feito via prefeitura direto para o ex-proprietário ou ao banco’, disse.


Segundo Paolicchi, na gestão de Gianoto boa parte do dinheiro desviado passava por Youssef. Ele contou que Gianoto chegou a fazer um empréstimo em nome da prefeitura, de US$ 500 mil, junto ao doleiro. A dívida, hoje em US$ 140 mil, ainda está pendente. Paolicchi confirmou ainda que a esposa de Gianoto, Neusa, recebia ‘mesadas’, mas não soube informar se ela conhecia o esquema de desvios.

Leia mais sobre o assunto na edição deste sábado da Folha do Paraná/Folha de Londrina


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