Terminado o jantar entre os líderes do PSDB e do PFL com o presidente Fernando Henrique, na noite desta segunda-feira no Palácio da Alvorada, a conclusão do presidente do PSDB, deputado José Aníbal (SP), é de que se iniciou um processo de retomada do diálogo entre pefelistas e governo.
Por "diálogo" entenda-se o comprometimento de líderes do PFL a não apurar a investigação sobre Ricardo Sérgio de Oliveira, tesoureiro de duas campanhas de José Serra, no Congresso. O escândalo envolve o pedido de propina de R$ 15 milhões que Ricardo Sérgio teria feito a um empresário que disputava a privatização da Vale do Rio Doce, em 1997. A denúncia de propina no processo de privatização foi divulgada pela revista Veja desta semana e repercutiu com força nos meios políticos.
Aníbal garantiu, ao sair da reunião, que nem Jorge Bornhausen e nem José Jorge exigiram a substituição da candidatura José Serra para que o PFL voltasse para a base governista. "Tivemos uma boa conversa de parceiros que não foi conclusiva mas sinaliza a reabertura do canal de diálogo", declarou o presidente do PSDB. "Não foi um banquete de cabeças", concluiu, referindo-se à especulação sobre a queda da candidatura de Serra.