As próximas discussões em torno do novo plano de saúde dos servidores estaduais vão se concentrar na tabela de preços proposta pelo governo do Estado. Sindicatos consideram o plano caro e querem reduzir os valores. Hoje, 80% do funcionalismo ganha menos de 10 salários mínimos (R$ 1.800,00). Um grupo de servidores defende ainda a revitalização do Instituto de Previdência do Estado (IPE) em vez de a implantação do novo sistema de saúde.
O secretário da Administração e Previdência, Ricardo Smijtink, disse que os valores podem sofrer alterações, tanto para menos quanto para mais. As mudanças dependem de reuniões entre técnicos da Administração e representantes da classe médica e sindicalistas.
O chefe da Casa Civil, Alceni Guerra, Smijtink, representantes dos médicos e o relator do projeto na Assembléia Legislativa, deputado Fernando Ribas Carli (PPB), estiveram reunidos no Palácio Iguaçu para debater os termos do plano.
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O presidente da Associação dos Funcionários do IPE e diretor da Associação Médica do Paraná, Roberto Boscardin, disse que a questão principal é a adequação do "custo/benefício". "Temos que baratear o custo, principalmente em relação aos fatores moderadores", declarou. Novo encontro está marcado para a próxima quinta-feira, quando a classe médica apresentará seus cálculos.
O governo não admite recuar na implantação do plano, apesar do funcionalismo preferir reajuste salarial. Alceni Guerra não acredita que os preços acabem sendo reduzidos.
Ambos os secretários são categóricos ao refutar a revitalização do IPE. A área previdenciária do instituto foi extinta em 1998, com a criação da Paraná Previdência, o fundo de aposentadoria e pensão do funcionalismo. Eles argumentam que não podem ser feitas novas contratações. Smijtink explicou que o IPE tem três pediatras, com poucos pacientes. "Mas, em compensação, a procura por geriatras é muito grande. E não podemos demitir uns e contratar outros especialistas", ponderou.
Carli considerou a reunião "produtiva". O Palácio Iguaçu tem pressa na votação da matéria, porque pretende implantar o plano até o final do ano. O presidente da Comissão de Saúde da Assembléia, Luiz Accorsi (PTB) argumenta que o plano proposto pelo Palácio Iguaçu é mais barato que os planos privados.
De acordo com a tabela, um servidor com salário de R$ 600,00 pagará R$ 36,00 (casal mais dois filhos). O Sindicato dos Servidores da Saúde, por exemplo, prefere receber reajuste salarial ao plano. O funcionalismo não tem reposição desde 1995, quando começou o primeira gestão do governador Jaime Lerner (PFL). As perdas acumuladas ficam perto dos 50%.