O comandante da Polícia Militar do Paraná, coronel Gilberto Foltran, garantiu ontem - durante uma reunião com vereadores e prefeitos militares que fazem parte da Associação dos Militares Eleitos e Suplentes do Paraná (Amespar) - que nenhum policial militar que tenha participado do protesto de mulheres no mês passado por melhores salários e a implantação do Gratificação Prêmio Especial nos vencimentos dos praças será transferido de unidade. Ele mandou suspender todas as transferências e afirmou que compete a cada comandante de unidade administrar seus problemas. "Essa é uma garantia. Não iremos aceitar transferências. Quem tem problema com seu efetivo que administre o problema", afirmou ele.
Os policiais militares pediram ainda que as punições fossem mais brandas e que o caso de Londrina - em que 380 pessoas viraram as costas para o comandante do 5º Batalhão de Polícia Militar de Londrina, tenente-coronel Robenson Máximo Fim - fosse analisado com carinho. Sob o risco da realização de uma nova manifestação de mulheres no próximo dia 10 de agosto. "Estamos com medo das punições. Tememos que haja um descontentamento ainda maior quando elas começarem a ocorrer", alertou o cabo João Maria dos Santos, de Maringá.
O coronel Foltran afirmou que não irá abrir mão de punir os policiais militares que desrespeitaram a hierarquia e a disciplina. No entanto, ele disse que irá atuar com rigor para que não ocorram perseguições e punições para policiais sem que haja uma prova concreta da transgressão. "Eu não vou permitir que hajam perseguições, punições indevidas. A ficha de corretivos de cada policial militar será respeitada", destacou. Os crimes que deverão ser punidos com maior rigor serão os de desrespeito ao patrimônio público e à segurança. Entre eles, abandono de viaturas em ruas públicas, pneus furados, interrupção do funcionamento normal da rede de rádio, provocações a oficiais. "Isto não é retaliação ou vingança. Estamos cumprindo a lei. Se eu não punir, posso ser acusado de prevaricação", alertou Foltran, destacando que mais de 99% da tropa não será punida.
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A situação de Londrina será analisada com muita cautela. Esta semana, o coronel pretende ter uma conversa com o comandante do Policiamento do Interior, coronel Flávio de Modesti e com o tenente-coronel Máximo Fim para discutir as providências que poderão ser tomadas. Existe a possibilidade de que seja feito um inquérito policial militar para apurar um suposto crime de insubordinação. "Poderemos até abrir mão de uma punição disciplinar e administrativa e deixar que a Justiça Militar decida o caso. Parece viável. Vamos analisar", prometeu.
Casos como de policiais militares de Maringá, que teriam ficado ao lado de suas mulheres em manifestações, serão analisados. Nos casos em que os militares não estavam de serviço e não cometeram qualquer tipo de infração, não haverá punição. "Podem ter certeza que eu mesmo vou anular qualquer punição que nos chegue sem defesa adequada do policial militar ou tipificação de conduta inadequada", garantiu.