O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) disse nesta quinta-feira (25) ser contrário à realização do Carnaval no ano que vem, mas que não cabe a ele decidir.
A celebração do feriado tem sido cancelada em alguns municípios, em especial no interior paulista, e está incerto em grandes centros carnavalescos, como Salvador, Recife e Olinda.
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"Por mim, não teria Carnaval, mas tem um detalhe, quem decide não sou eu. Segundo o STF, quem decide são governadores e prefeitos", afirmou em entrevista à rádio Sociedade da Bahia, nesta manhã.
Bolsonaro faz menção à decisão da corte do ano passado que garantiu aos gestores estaduais e municipais autonomia para decidir a respeito de medidas no enfrentamento da Covid-19.
O presidente usa de forma equivocada a decisão para alegar que ele não teria responsabilidade sobre a gestão do combate à Covid-19.
Em julho, a conta oficial do STF no Twitter reafirmou que não impediu o governo de atuar. "O STF não proibiu o governo federal de agir na pandemia! Uma mentira contada mil vezes não vira verdade!", afirmou no Twitter.
Apesar de os totais de casos e mortes por Covid-19 estarem em queda no Brasil, especialistas divergem sobre a realização do Carnaval.
Uma ala acredita que cancelar pode evitar possíveis curvas de contágio e surgimento de novas variantes do coronavírus.
Por outro lado, há quem defenda que manter os festejos é possível, desde que haja protocolos rígidos, como a exibição de comprovantes de vacinação e o uso de máscaras.
Pelo menos 58 municípios do interior e do litoral paulista já anunciaram o cancelamento dos eventos públicos de Carnaval, desde localidades com menos de 5.000 habitantes, algumas das quais sem novos casos há três semanas, a cidades do porte de Sorocaba e Franca.
A diretora-Geral assistente da OMS (Organização Mundial da Saúde) para Acesso a Medicamentos, Mariângela Simão, disse na última terça-feira que o mundo vive uma quarta onda de cassos de Covid-19 e fez um alerta sobre o Carnaval.
Apesar de ter dito ser contrário à realização do Carnaval, por causa do vírus, o presidente criticou, na entrevista à rádio baiana, medidas de isolamento e disse que, se houver mais lockdown no País, vai "quebrar a economia de vez".