A prefeita de Ribeirão Preto (SP), Dárcy Vera, confirmou nesta terça-feira (4) sua desfiliação do DEM após 14 anos no partido e a ida para o PSD, conforme antecipou na última sexta-feira a Agência Estado.
Após constantes elogios aos governos do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e da presidente Dilma Rousseff, do PT, Dárcy admitiu que a mudança para o PSD "amplia o diálogo com o governo federal". A prefeita evitou críticas diretas, mas cobrou mais "atenção" e "agilidade" do governo paulista, comandado pelo tucano Geraldo Alckmin, com as demandas da cidade.
Dárcy citou uma série de obras na cidade paulista tocadas em parceria com o Estado que estão lentas ou até paradas. "Eu cansei de lutar pela internacionalização do aeroporto e pela liberação do terminal alfandegário, mas falta agilidade", exemplificou a prefeita, lembrando: "Eu trabalhei pelo governador e ele teve uma ampla votação aqui."
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A prefeita não comenta, mas nos bastidores a pressão do PSDB sobre ela e a decisão dos tucanos em ter candidato próprio na cidade, em vez de apoiar a sua reeleição, azedaram as relações entre os dois lados e foram fundamentais para a ida de Dárcy para o PSD. Se para os tucanos seguem as cobranças, para o governo federal sobram elogios. "O governo federal sempre atendeu nossas demandas e nos ajudou, por exemplo, com as obras de combate às enchentes", lembrou Dárcy, que tem um bom relacionamento com o ex-ministro da Fazenda e da Casa Civil Antonio Palocci.
A prefeita admitiu, inclusive, conversar com o PT de Palocci para as eleições de 2012, mas afirmou que a parceria com o PMDB, partido do vice-prefeito Marinho Sampaio, segue firme. Na cidade, o PMDB é comandado pelo deputado estadual e presidente estadual do partido, Baleia Rossi, e pelo ex-ministro da Agricultura e pai do parlamentar, Wagner Rossi.