O ministro da Saúde, José Serra (PSDB), e o governador Jaime Lerner (PFL) preferiram usar meias palavras ontem ao tratar do sonho que alimentam - a sucessão do presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB), em 2002. Durante a inaguração do Biobanco do Hospital de Clínicas (HC), em Curitiba, os dois trataram de mudar de assunto imediatamente.
Questionado sobre uma possível composição com o ministro, o governador riu e disse que "ainda é cedo" para tratar do assunto, repetindo o mesmo discurso que sempre tem feito, apesar de todos os esforços do Palácio Iguaçu para viabilizar seu nome como candidato do PFL. Ainda se referindo a uma possível "dobradinha", Lerner disse que "o Serra é um grande ministro".
O ministro foi mais evasivo ao ser abordado pela imprensa, afirmou que sua visita a Curitiba não tem nenhum caráter político. "Vim para falar de saúde e não de política", resumiu. Entretanto, deixou o HC rumo ao encontro de prefeitos organizado pelo PSDB na Capital. Ao ser questionado sobre sua participação em um encontro de caráter político, ele repetiu que não veio a Curitiba para falar de política.
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O nome de Serra não foi lançado durante o encontro, mas o ministro teve uma recepção calorosa. Serra acabou falando sobre os programas do Ministério da Saúde e não comentou sua candidatura. O ministro já foi lançado pelo presidente estadual dos tucanos, o senador Álvaro Dias, em outra oportunidade, durante um evento no Interior do Estado.
Em tese, Serra está em situação política mais confortável que Lerner. O governador enfrenta desgaste interno devido à situação financeira do estado, agravada com a crise no setor automotivo desencadeada pelas demissões da Audi e suspensão de produção na montadora Chrysler. O escândalo AMA/Comurb, que derrubou o ex-prefeito de Londrina Antonio Belinati (sem partido), marido da vice-governadora Emília Belinati, no ano passado, denegriu a imagem do PFL, seu partido político.
O pálido marketing em torno do governo Lerner, no cenário nacional, ainda não conseguiu tirar o governador da condição de candidato a candidato. A definição depende de decisão da cúpula do partido. Já o ministro da Saúde é considerado um nome mais palatável dentro do PSDB, junto com o do governador do Ceará, Tasso Jereissati.