O presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), ministro Marco Aurélio Mello, afirmou nesta quinta-feira (26) que ficou "perplexo" diante do aumento dos gastos das campanhas eleitorais, apesar dos impedimentos trazidos com a Lei 11.300, que tentava baratear o processo. "Surge esta perplexidade, porque nós tivemos o barateamento da campanha eleitoral, com o afastamento de outdoor, showmício, brindes e tudo levava a crer que os gastos fossem menores", disse Marco Aurélio. As informações são da Agência Brasil.
Nesta semana, o TSE aprovou o aumento das campanhas presidenciais de Luiz Inácio Lula da Silva (PT/PCdoB/PRB), para R$ 115 milhões, e de Geraldo Alckmin (PSDB/PFL), para R$ 95 milhões. O ministro reconheceu que o problema do caixa dois é "seriíssimo" e que só vai ser resolvido com uma reforma política, com financiamento público de campanha e normas muito rígidas, levando ao indeferimento do registro, se houver dinheiro estranho aos cofres públicos.
Marco Aurélio disse acreditar que o caixa dois não ocorreu na campanha deste ano. "A quadra vivida inibe o caixa dois, pois os doadores por debaixo do pano vão pensar duas vezes antes implementar a doação". Questionado se as investigações sobre o dossiê ainda continuaria dominando os debates após as eleições, Marco Aurélio disse que há um processo judicial em curso e que é preciso esperar sua conclusão.