O principal delator da Operação Publicano, o auditor Luiz Antonio de Souza, deve ser interrogado nesta segunda-feira (10) no processo relativo à terceira fase das investigações de um esquema de corrupção na Receita Estadual de Londrina, com ramificações pela alta cúpula, em Curitiba. As audiências começaram há duas semanas.
A expectativa é quanto ao teor de seu depoimento, que será o primeiro após o juiz da 3ª Vara Criminal, Juliano Nanuncio, titular da Publicano, ter revogado os benefícios da delação premiada, a pedido do Ministério Público (MP). Sem os benefícios, ele permaneceu preso e poderia negar o que disse anteriormente, incriminando dezenas de colegas da Receita e empresários.
Souza está detido desde janeiro do ano passado ao ser flagrado com uma adolescente em um motel (ele também responde por crimes sexuais) e, com a delação, sairia em 30 de junho deste ano. Porém, em maio, foi acusado pelo MP de ter voltado a praticar crimes.
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De dentro do presídio, com a ajuda de presos, de parentes e pessoas próximas, teria extorquido empresário, conforme consta da acusação da Publicano 5. Uma dessas pessoas é o advogado Eduardo Duarte Ferreira, que vinha defendendo Souza. Porém, em razão da acusação, Nanuncio baixou medida cautelar impedindo que os réus tivessem contato entre si.
Nas duas últimas semanas, Souza acompanhou, no Fórum, as audiências para ouvir testemunhas de acusação e de defesa, mas, sem advogado constituído. O juiz lhe nomeou um defensor dativo.
A reportagem tentou manter contato com o advogado indicado por Ferreira como sendo o defensor contratado por Souza, mas não houve retorno à solicitação de entrevista. O promotor Jorge Barreto da Costa, que acompanha o processo, preferiu não fazer comentários.