O governador Roberto Requião (PMDB) deve anunciar nos próximos dias o nome do novo secretário de Estado da Segurança Pública, após ter acumulado o cargo nos primeiros quatro meses de seu mandato.
Segundo Requião, o novo secretário será um representante do Ministério Público (MP) estadual, e deve ser indicado assim que os trâmites legais, como a publicação de edital no Diário Oficial, estiverem concluídos.
Segundo Requião, a nomeação de um promotor para o cargo é um ''anseio da sociedade''.
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A decisão do governador demonstra o prestígio que o MP tem recebido na gestão do peemedebista.
Recentemente, Requião entrou em rota de colisão com setores da Polícia Civil ao exigir a inclusão de dois membros do MP no conselho deliberativo da entidade.
O deputado Mário Sérgio Bradock (PMDB), que era delegado antes de assumir seu mandato, classificou a medida como uma ''intromissão do MP em assuntos internos da polícia'' e tentou modificar o projeto do governador através de emendas, mas não obteve sucesso.
Bradock, que já foi denunciado pelo Ministério Público à Justiça, ironizou a decisão de Requião de indicar um membro do MP para a secretaria da Segurança.
''Mas só um? Tem que pôr mais. Tem que colocar promotor no Teatro Guaíra, no Paranacidade, no Porto de Paranaguá... onde tiver conselho, ponha-se logo um promotor. Estou até pensando em botar um lá em casa para ter transparência nas minhas contas de telefone e de luz'', afirmou o deputado.
Já o presidente da Associação dos Delegados de Polícia (Adepol), Fauze Salmen, preferiu não polemizar a escolha de Requião.
A entidade tem atritos com Requião desde a época da campanha eleitoral do ano passado, quando o peemedebista insinuou que a associação defendia integrantes da banda podre da Polícia Civil.
''É um cargo de confiança do governador, e não há nenhum impedimento legal para indicação de secretários que não sejam das polícias Civil e Militar.
Só espero que seja alguém que tenha um plano de ação eficaz para o combate à criminalidade, que vem crescendo'', comentou Salmen.
A Secretaria de Estado da Segurança Pública já foi coordenada por integrantes do MP anteriormente. Em 1989, durante o governo Alvaro Dias (PDT), o então procurador de Justiça Antonio Lopes de Noronha coordenou a pasta.
Atualmente, Noronha é desembargador no Tribunal de Justiça.