Os promotores do Ministério Público (MP) estadual tentam reverter nesta quarta-feira a sentença que permite aos advogados do PFL o acesso aos depoimentos prestados sobre a existência de um caixa 2 na campanha do prefeito de Curitiba, Cassio Taniguchi (PFL). O MP solicitará ao juiz da 1ª Zona Eleitoral, Espedito Reis do Amaral, que reconsidere a decisão de quebrar o sigilo parcial dos depoimentos que havia sido decretado pelo próprio MP.
Os promotores irão basear sua argumentação no fato de que a quebra do sigilo pode desencorajar futuras testemunhas a prestar depoimento. "Várias testemunha condicionaram seus testemunhos ao compromisso do MP em não divulgar a terceiros seus nomes e o teor de seus depoimentos", explica o promotor eleitoral Valclir Natalino da Silva.
Nesta terça, os promotores passaram a tarde elaborando o pedido de reconsideração de sentença simultaneamente a um pedido de agravo que será solicitado ao Tribunal Regional Eleitoral. Neste recurso, os membros do MP questionam a competência do juiz Espedito do Amaral em pronunciar-se sobre uma investigação realizada pelo Ministério Público.
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Eles ainda apresentaram à imprensa os dois livros-caixa originais redigidos pelo tesoureiro de Cassio, Francisco Paladino Junior. Segundo o promotor Valclir Natalino da Silva, o livro confere com as fotocópias que haviam sido entregues no início de novembro ao MP. "Não analisamos ainda linha por linha, mas em uma análise preliminar, parecem ser os mesmos documentos que foram entregues a nós e à imprensa", afirmou Natalino da Silva.
Para o advogado do PFL, Antonio Figueiredo Basto, a competência do juiz eleitoral para decretar a quebra de sigilo para os advogados da parte interessada é indiscutível. "Foi a Justiça Eleitoral que diplomou o prefeito, e as acusações que vieram a público tratam de crime eleitoral", afirma Basto.
Leia mais da reportagem de Rodrigo Sais na edição desta quarta-feira da Folha de Londrina/Folha do Paraná