Mesmo negando a candidatura à presidente, o senador Aécio Neves (PSDB-MG) já faz propostas para seu possível governo e afirmou, nesta segunda-feira, 30, que num eventual governo do PSDB, trocaria metade dos ministérios atuais por secretaria da desburocratização. Segundo ele, os quase 40 ministérios de hoje voltariam aos 21 ou 22 do governo do ex-presidente da República Fernando Henrique Cardoso (PSDB) e as pastas restantes virariam essa secretaria extraordinária, com prazo de um ano para fazer as reformas.
Segundo ele, no primeiro ano do governo seriam tomadas medidas para a simplificação do sistema tributário emergencial, mas não uma reforma tributária. Aécio voltou a fazer várias críticas ao governo do PT, focadas em áreas que o governo de Dilma Rousseff tem priorizado, como educação, inovação e infraestrutura. Ele admitiu que até 2008 medidas foram tomadas para o crescimento, mas, "a partir de 2008 nada foi feito, o governo abandonou as reformas", disse o senador, durante o Fórum Exame, em São Paulo.
"A proposta de educação é muito pouco ousada, de os estudantes alcançarem média 6 em 2021. Ou damos salto na educação, ou vamos ficar a ver navios, como nossos portos tem visto", afirmou Aécio. O senador propôs ainda a criação de uma agência para inovação no modelo norte-americano, "com investimentos a fundo perdido e uma desburocratização do setor".
Leia mais:
Gerson Guariente avalia que o Orçamento de 2025 será difícil de ser realizado por Tiago Amaral
Isenção de IR para quem ganha até R$ 5.000 só ocorrerá com condições fiscais, dizem Lira e Pacheco
Código de Posturas será debatido em audiência pública na Câmara de Londrina
Kassio rejeita notícia-crime de Boulos contra Tarcísio no TSE por fala sobre PCC
Aécio classificou como "incrível e absolutamente fora de propósito" ver a presidente Dilma Rousseff ter ido aos Estados Unidos se reunir com investidores "para dizer que Brasil respeita contratos". Segundo ele, "respeitar contratos estava na carta ao povo brasileiro, há dez anos", numa referência ao documento apresentado ainda na campanha do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, em 2002, para tranquilizar o mercado.
Para o senador, o "governo mais atrapalha ambiente de negócios do que ajuda" e ainda "demonizou parceria com setor privado; é quase crime de lesa-pátria", disse. Aécio ampliou ainda as críticas ao próprio PT e disse que "aprendizado do PT nestes últimos anos tem custado muito caro para o Brasil" porque foi criado um ambiente hostil aos investimentos, o que fará com que o País fique apenas à frente da Venezuela no crescimento da economia, segundo ele. "Não é justo assistirmos o mundo andar e ficarmos no final da fila".
Cemitério de obras
O senador tucano respondendo a questionamento sobre prioridades para aumentar a produtividade do Brasil, voltou a afirmar que o País é um cemitério de obras inacabadas com sobrepreços inexplicáveis. Aécio usou a transposição do rio São Francisco e a rodovia Transnordestina como exemplos da falta de eficiência do setor público brasileiro. Ele também criticou a burocracia e a falta de inovação. "Nossa disposição é, em doze meses (de governo), apresentar medidas que simplifiquem o ambiente de negócios", disse quando perguntado no Fórum Exame 2013, em São Paulo, se em um possível governo do PSDB haveria uma reforma tributária logo nos primeiros meses.