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Cabos eleitorais

PSDB paga R$ 2,5 mi por ações de 'militância'

Agência Estado
09 set 2014 às 09:52

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O comitê financeiro da campanha presidencial de Aécio Neves (PSDB) pagou em agosto cerca de R$ 2,5 milhões à uma empresa de eventos por um serviço descrito como "atividades de militância e mobilização de rua".

Com sede no Rio de Janeiro, a Entreter Festas e Eventos "forneceu" para a campanha do tucano 1.112 cabos eleitorais. As candidaturas de Dilma Rousseff (PT) e Marina Silva (PSB) não registraram o mesmo serviço em suas prestações de contas com essa descrição.

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Segundo a campanha tucana, as despesas pagas para a Entreter são de serviços de "adesivação de veículos" e o custo total engloba gasto com gasolina, transporte e outros itens, e "não são apenas salários". Especialistas em legislação eleitoral ouvidos pela reportagem dizem que a contratação de cabos eleitorais não é ilegal, mas as campanhas precisam informar ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) os dados de cada um dos funcionários.

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"O gasto é lícito desde que a empresa apresente a relação individualizada de todo o pessoal contratado", afirma o advogado Silvio Salata, membro da comissão nacional de direito eleitoral da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB). O comitê do tucano não informou, até as 20 horas de ontem, se indicou os dados de seus cabos eleitorais na prestação de contas que foi enviada. Em terceiro lugar nas pesquisas de intenção de voto para a Presidência da República, Aécio Neves (PSDB) tem utilizado cabos militantes profissionais para engrossar suas atividades de rua e, ao mesmo tempo, garantir boas imagens para o horário eleitoral gratuito e para os telejornais.

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Corte



Em Minas Gerais, o comitê da dobradinha tucana Pimenta da Veiga (candidato a governador)-Aécio Neves promoveu na semana passada um corte em sua equipe de "cabos eleitorais". Pelos menos 200 funcionários designados para atividades de rua foram dispensados da campanha.

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A reportagem apurou que o PSDB pagou entre R$ 700 e R$ 1.200 para cada cabo eleitoral atuar em um regime de dedicação exclusiva.



Despesas

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Além dos cabos eleitorais terceirizados, a campanha de Aécio Neves também declarou ter gasto R$ 6.805.902,35 com "serviços prestados por terceiros", nos últimos dois meses. Esse foi o segundo principal foco de despesas, só perdendo para a produção do programa de TV, que consumiu R$ 6.984.497,52. Outros R$ 69.176 foram gastos com publicidade e telemarketing.



Empresa de 'militantes' é de irmão de vereador

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A empresa Entreter Festas e Eventos Ltda., que teria sido contratada para fornecer cabos eleitorais para a campanha de Aécio Neves (PSDB) à Presidência da República, pertence a Paulo Cesar Lavrado Cupello. Paulo Cesar é irmão do vereador na Câmara do Rio de Janeiro Carlos Alberto Lavrado Cupello (Solidariedade), que se apresenta como Tio Carlos.


A reportagem esteve nesta segunda-feira (8) na sede da Entreter, em um condomínio de casas no bairro da Barra da Tijuca, na zona oeste do Rio. Um funcionário que se identificou apenas como Paulo disse ter consultado o sócio da empresa e afirmou que Paulo Cesar Lavrado Cupello não daria entrevista.

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Dois carros estacionados na porta e na garagem da casa estavam com adesivos das campanhas de Tio Carlos, de Aécio Neves e de Luiz Fernando Pezão, atual governador do Estado e candidato à reeleição pelo PMDB, colados nas janelas. Tio Carlos é candidato, neste ano, a deputado estadual na coligação de Luiz Fernando Pezão.


Procurado, o vereador Tio Carlos informou que não poderia responder pela Entreter.

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'Mobilização de rua'



Em nota enviada à reportagem, a campanha do tucano Aécio Neves afirma que a Coligação Muda Brasil não efetuou "qualquer contratação de militantes, e sim de prestadores de serviços".


Ainda de acordo com a assessoria do candidato tucano, essa atividade é de natureza contábil de "mobilização de rua", "razão pela qual foi classificada nesta conta e, portanto, plenamente de acordo com a legislação eleitoral".


O contrato informado ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) durou do período de 28 de julho a 16 de agosto. Ainda segundo a assessoria tucana, o termo "militância e mobilização de rua" é citado pelo próprio TSE em seu sistema de prestação de contas.

"Não é possível fazer qualquer lançamento no sistema do Tribunal Superior Eleitoral desvinculado desses termos. No caso presente, as despesas realizadas foram 100% de mobilização de rua", diz a nota. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.


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