O PV decidiu reagir ao estilo "franco-atirador" do candidato do PSOL à Presidência da República, Plínio de Arruda Sampaio, adotado no debate da TV Bandeirantes, na quinta-feira passada. Ontem, o presidente do PV do Rio, Alfredo Sirkis, comparou Plínio ao deputado Enéas Carneiro, terceiro colocado na disputa presidencial de 1994 e conhecido pelo bordão "meu nome é Enéas!" Na noite de sábado, Sirkis chamou o candidato do PSOL de "burguês quatrocentão".
"O Plínio quer o voto de protesto de qualquer natureza e disputa o voto de extrema esquerda com o PCO, o PSTU e o PCB. Tem uma atitude ''sou contra vocês todos''. Está tentando ser o Enéas. Só que o Enéas era de direita", afirmou o dirigente do PV. Depois de concorrer à Presidência em 1989, 1994 e 1998, Enéas, fundador do Partido da Reedificação da Ordem Nacional (Prona), foi eleito deputado em 2002 e reeleito em 2006. Morreu em 2007.
No debate, Plínio chamou a candidata do PV à Presidência, Marina Silva, de "ecocapitalista". Foi o que mais irritou os verdes, além da tentativa de igualar a candidata do PV ao tucano José Serra e à petista Dilma Rousseff.
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"Se o Plínio decide ''vamos esculhambar'', tudo bem. Mas, quando parte para a luta ideológica, não dá. Chamar a Marina de ecocapitalista foi deselegante. É brincadeira. O socialismo foi um desastre ambiental absoluto", afirmou Sirkis ontem. Na véspera, depois de acompanhar a candidata em um encontro com evangélicos no Rio, Sirkis ironizou Plínio: "Ele é um burguês quatrocentão que mora em um apartamento de R$ 1 milhão falando de uma menina pobre, nascida na floresta, que se alfabetizou aos 16 anos e passou fome."
Plínio declarou à Justiça Eleitoral um patrimônio de R$ 2,1 milhões. O candidato informou, por meio de seu advogado, que não tem imóvel de R$ 1 milhão e mora com a família em uma casa alugada, no Alto de Pinheiros, em São Paulo.
Marina Silva esteve no Rio na noite de sábado para um encontro da igreja evangélica Projeto Vida Nova. A candidata, que é da Assembleia de Deus, optou por um discurso exclusivamente religioso, com citações de muitas passagens bíblicas, e não fez referência à disputa eleitoral.
"Penso que Marina quis marcar claramente o contraste com os candidatos que vão a esses atos falar de suas candidaturas. Ela está convencida que esse comportamento lhe garantirá o voto cristão independentemente dos muitos pastores que, à diferença de Ezequiel e Márcia (líderes da Vida Nova), trocaram o critério de identificação religiosa pelo vil metal", escreveu Sirkis em seu blog.