A quarentena para juízes, promotores, delegados e outros servidores públicos que planejam exercer a advocacia, assim que se aposentarem, é vista com aprovação pelo presidente da Associação dos Magistrados do Paraná (AMP), Jorge Wagih Massad. A proposta foi apresentada pelo candidato único à presidência da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), seção Paraná, José Hipólito da Silva.
Na Câmara dos Deputados, uma idéia semelhante já foi aprovada na reforma do Judiciário. Ela prevê dois anos de afastamento apenas para juízes aposentados. A OAB nacional queria um intervalo de cinco anos. Ainda podem haver mudanças. A matéria tem que passar pelo crivo do Senado.
Hipólito disse à Folha do Paraná que um intervalo de pelo menos cinco anos seria necessário para impedir que servidores que se desligaram do poder Judiciário, por exemplo, exerçam suas influências em causa própria. "Hoje, as grandes causas no Paraná são defendidas por ex-magistrados e promotores", afirmou.
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Sobre a declaração, o presidente da AMP não quis fazer comentários, mas disse que "tem muito advogado com mais influência que juiz e promotor." Ele considerou que a sugestão de Hipólito "é boa e razoável" e já era defendida pela Associação dos Magistrados Brasileiros (AMB).
"Quem se aposentar, deve se afastar da advocacia até por uma questão ética para se desvincular dos processos que julgou, já que pode, no futuro, representar uma das partes", disse Massad.
A quarentena também deve ser estendida aos recém-formados que planejam prestar concurso para juiz, defendeu o presidente da AMP. Para Massad, antes de julgar, o candidato seria obrigado a advogar com o objetivo de acumular experiência.