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Apreendido em monomotor

R$ 1,1 milhão seria usado na compra de votos, aponta PF

Agência Estado
03 out 2012 às 20:08

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A Polícia Federal de Marabá investiga "fortes indícios" de que o dinheiro apreendido nesta terça (02) pela manhã com R$ 1,1 milhão dentro de um avião monomotor no aeroporto de Carajás, em Parauapebas, no sudeste do Pará, seria usado na compra de votos na eleição do próximo domingo no município. O delegado Antonio Carlos Beaubrum, que investiga o caso, tem evitado falar com a imprensa, porque seu trabalho está apenas no começo e ele não quer vê-lo prejudicado com a divulgação do que está sendo apurado.

As investigações estão concentradas principalmente nas informações repassadas pelo juiz eleitoral Líbio Moura. Foi a partir de uma denúncia anônima recebida no final da semana passada pelo magistrado sobre a chegada do avião com dinheiro que foi possível armar a operação policial que prendeu em flagrante um casal e o piloto da aeronave. O trio conduzia três mochilas abarrotadas de dinheiro.

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Em depoimento ao delegado, Rosangela Noronha Machado Braga, 36 anos, e o marido, Agnaldo Correia Braga, 37, disseram que estavam "prestando um favor" a um amigo ao levarem o dinheiro de Belém, onde foi sacado, para Parauapebas. Já o piloto, Lucas Silva Chaparra, 32, declarou que apenas conduzia a aeronave, não sabendo fornecer maiores detalhes sobre a origem ou a quem se destinavam os valores.

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O empresário João Vicente, proprietário da White Tratores, que presta serviços à prefeitura de Parauapebas, reafirmou à imprensa que o dinheiro é dele e serviria para pagar funcionários de sua empresa. Durante a conversa, admitiu ter sido procurado por políticos que disputam a prefeitura para que "trocasse cheques", mas que não chegou a realizar a transação. Vicente não revelou o nome dos supostos candidatos.

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Ele informou que seus advogados estão reunindo "provas" para demonstrar que o dinheiro teria origem lícita e pedir a sua devolução. Por ordem de Moura, os valores foram apreendidos e depositados em um conta do Banco do Brasil à disposição da Justiça.


Para o juiz, seria "prematuro, precipitado e leviano" afirmar a quem seria destinado o dinheiro enquanto as investigações não forem concluídas pela PF. "Este dinheiro pode ser para milhares de coisas, pode ser um dinheiro lícito, então ninguém pode tirar conclusão alguma", resumiu Moura. O piloto e o casal não chegaram a ser presos, segundo a PF. Depois de prestar depoimento eles foram liberados.

Beaubrum devolveu o avião apreendido ao empresário João Vicente, porque no aeroporto de Carajás não existe hangar para que ele ficasse recolhido à disposição da justiça. A devolução não prejudica as investigações, na avaliação da PF.


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