Uma "conversa bem adiantada com o PP" pode fazer com que o PMDB seja um dos principais aliados de Marcelo Belinati (PP) na disputa pela Prefeitura de Londrina, nas eleições de outubro, inclusive indicando o vice, que seria o presidente da legenda, João Mendonça. Por ter representantes em número considerável no Congresso Nacional, o PMDB tem um dos maiores tempos de TV.
No entanto, a decisão desagradou parte dos correligionários, como a vereadora Elza Correia, única representante da sigla na Câmara. "É um equívoco, é um retrocesso, é uma aliança nociva para o partido e para a cidade", apontou a parlamentar. A juventude do PMDB também divulgou manifesto público repudiando a aliança. Ontem, o texto não se encontrava mais no site do partido.
Mendonça considerou naturais as divergências, "afinal, é um partido, como o nome diz". Sobre a aliança com o PP, afirmou que "houve um aprofundamento desta posição nos últimos dias", mas a palavra final é da convenção, que será realizada na sexta-feira, último dia do prazo. O peemedebista também adiantou que, pelas tratativas, ele próprio comporia a chapa do PP como vice. "Há uma possibilidade, sim, mas isso ainda vai ser definido", confirmou, sem acrescentar detalhes.
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Elza acredita na possibilidade de um bate-chapa, com outra proposta, que seria o apoio a outro partido ou mesmo a candidatura própria. Sobre a aliança com o PP, considera que o projeto político do PMDB é totalmente diferente do PP, cujo principal expoente em Londrina – Antonio Belinati, tio de Marcelo – foi um de seus principais adversários ainda no ano 2000, quando o pepista foi acusado de liderar esquema de fraudes e desvio de dinheiro público, denunciado por Elza, também vereadora à época.
A vereadora também mencionou o principal líder do partido, Ricardo Barros, cujas propostas como ministro da Saúde destoam do olhar social que ela acredita que seu partido deve ter. "Esse pragmatismo, essa matemática não é ou pelo menos não deve ser o projeto do PMDB."
Questionado sobre quais os pontos convergentes entre os projetos de PP e PMDB, Mendonça disse que "é a cidade". "A convergência é a cidade e as demandas reprimidas."