O relator do processo do mensalão no Supremo Tribunal Federal (STF), ministro Joaquim Barbosa, votou nesta quarta-feira pela condenação do ex-deputado do PT João Magno (MG) por lavagem de dinheiro. Ele absolveu ainda Anita Leocádia, que foi assessora do ex-deputado Paulo Rocha (PT-PA), mas não chegou a votar sobre a conduta deste último. A sessão foi encerrada e nesta quinta-feira (11) Barbosa retomará o voto analisando as condutas de Rocha, do ex-deputado Professor Luizinho (PT-SP), do ex-ministro dos Transportes Anderson Adauto e do ex-chefe de gabinete de Adauto José Luiz Alves.
Em relação a Magno, o ministro entendeu que ele agiu de forma dolosa ao receber R$ 360 mil por meio de terceiros. Destacou que a justificativa do uso de dinheiro em campanhas eleitorais não é suficiente para livrá-lo da acusação de lavagem. "A ênfase dada de que o montante era destinado ao pagamento de dívidas de campanha não afasta a caracterização do delito, já que o destino dado a um dinheiro lavado não faz referência ao crime." Observou ainda que, apesar de Magno dizer que o dinheiro vinha do PT, os repasses foram feitos pelo empresário Marcos Valério.
O relator absolveu Leocádia por entender que ela não sabia da origem criminosa do dinheiro sacado para o seu ex-chefe Paulo Rocha. "Entendo não haver elementos para afirmar que tinha conhecimento dos crimes antecedentes, além de ser a própria Anita que recebeu os recursos, era ela mera subordinada de Paulo Rocha, sem acesso à cúpula do PT e demais instâncias", disse. Barbosa não anunciou sua decisão relativa ao ex-deputado.