O presidente do Senado Federal, Renan Calheiros (PMDB-AL), se licenciou do cargo por 45 dias. O anúncio do afastamento foi feito nesta quinta-feira (11) durante um pronunciamento veiculado pela TV Senado.
No discurso, gravado no gabinete da Presidência, Calheiros afirmou que a licença "é uma forma cabal de mostrar à nação e aos ilustres senadores que não precisaria do cargo para me defender". Segundo ele, a atitude teve por fim afastar "de uma vez por todas o mais recente e injusto pretexto usado para dar corpo às inconsistências das representações, enviadas sem qualquer indício ou prova ao Conselho de Ética do Senado Federal".
No último final de semana, uma reportagem publicada pela revista Veja acusa Renan de usar Francisco Escórcio, ex-senador e atual funcionário da presidência do Senado, e advogados para espionar os senadores Marconi Perillo (PSDB-GO) e Demóstenes Torres (DEM-GO), adversários políticos de Renan.
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O episódio gerou uma representação por quebra de decoro parlamentar contra o senador, protocolada na terça-feira (9) pelo PSDB e Democratas (DEM). Essa é a quinta representação contra ele.
Antes do pronunciamento, um funcionário do Senado, que não se identifiou, desligou os dois telões que ficam perto do gabinete da Presidência da Casa.
O funcionário disse cumprir ordens, sem informar de quem. Mas afirmou que os interessados em assistir à fala de Renan poderiam fazê-lo pela TV Senado.
Após protestos da imprensa, o servidor ligou novamente os equipamentos. Um segurança comunicou às dezenas de jornalistas e cinegrafistas que Renan não concederia entrevista após a gravação.