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Requião acusa Gionédis de suborno

Leandro Donati - Folha do Paraná
10 ago 2001 às 08:34

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Requião: "O dinheiro sujo dos gângsteres alemães está agora à disposição para comprar deputados irresponsáveis" - Arquivo Folha
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O senador Roberto Requião (PMDB) acusou ontem o ex-secretário da Fazenda Giovani Gionédis (PSC) de mudar sua posição quanto à privatização e estar comprando deputados estaduais para garantir a venda da Copel. Os deputados analisam na semana que vem projeto de iniciativa popular que tenta cassar a autorização dada pelos próprios parlamentares, ao governo do Estado, para privatizar a estatal.
Na tribuna do Senado, Requião disse ter recebido "a informação de que uma empresa de energia elétrica alemã – RWE, uma das grandes empresas de energia do mundo, gângster de grande experiência, por intermédio de um escritório de advocacia, contratou um outro escritório de advocacia do Paraná, do ex-secretário da Fazenda do governador Jaime Lerner, senhor Giovani Gionédis, para garantir a aprovação da autorização legislativa de venda da Copel. Garantir como? Comprando deputados. A RWE pretende, pelo escritório do advogado lobista ligado ao governo do Estado, comprar a Assembléia. O escritório do advogado Giovani Gionédis e sua esposa, a partir de agora, se encarregam da corrupção da Assembléia Legislativa do Paraná".
"Giovani Gionédis é o nome do corruptor contratado e o dinheiro sujo dos gângsteres alemães está agora à disposição para comprar, talvez por quilo, deputados irresponsáveis", disse o senador, conforme as notas taquigráficas distribuídas pela sua assessoria em Brasília. "A partir de agora, ele se encarrega da corrupção da Assembléia", completou Requião em seu discurso.
O senador reafirmou em plenário o seu compromisso de reestatizar a Copel, caso a privatização se confirme e ele seja eleito ao governo do Estado em 2002. Requião classificou a venda da empresa como uma "negociata de fim de governo". O senador confirmou as declarações em entrevista concedida à Folha ontem à noite e disse que vai pedir uma investigação mais apurada.
O discurso de Requião caiu como uma bomba no PSC, partido comandado por Gionédis. O ex-secretário de Jaime Lerner (PFL) interpretou as acusações como retaliação política. Gionédis quer ser candidato ao governo nas eleições do próximo ano. "Mentira deslavada", disse. "O escritório não é meu. É de minha mulher. Posso assegurar que o escritório não tem ação envolvendo a privatização, até porque sou contra." Apesar de ter servido o governo até a sua demissão, no final do ano passado, o ex-secretário tem feito duras críticas à privatização.
"Meu partido também é contra. Por que o senador não apresentou nenhum projeto para frear a venda? O omisso aqui não sou eu", definiu. Gionédis desafiou Requião a um debate sobre a Copel.
O presidente da Assembléia, Hermas Brandão (PTB), disse que o senador deveria declinar os nomes dos deputados que estariam sendo comprados, para a Corregedoria da Assembléia instaurar procedimento interno. "Eu, como presidente, só vou tomar uma atitude se tiver nomes", avisou.
A Folha tentou falar com a RWE, mas não foi possível. A companhia alemã não opera no Brasil e deu procuração para que outras representantes busquem informações sobre a privatização. (Colaboraram Rosane Henn e Carmem Murara, de Curitiba)
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