O senador Roberto Requião (PMDB-PR) afirmou nesta terça-feira (30), que o "conflito será inevitável", caso o impeachment da presidente afastada Dilma Rousseff se concretize. "O povo brasileiro que provou do gosto da emergência social não vai retornar submissamente à senzala social", afirmou o peemedebista, após criticar algumas propostas apresentadas pelo governo do presidente em exercício Michel Temer.
Requião criticou em especial a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) que limita os gastos públicos por 20 anos e as reformas da Previdência Social e trabalhista que o governo Temer pretende apresentar ao Congresso Nacional. "Ou seja, vai congelar por duas décadas despesas com saúde, educação, saneamento, segurança e habitação e garantir o pagamento da dívida pública", afirmou.
O senador do PMDB disse duvidar que "um só de nós (parlamentares)" esteja convencido de que Dilma está impedida de governar por ter cometido crime de responsabilidade. "Não são as pedaladas e a abertura de créditos suplementares que a descomungam. O próprio relator as praticou em Minas (Gerais)", disse, em referência ao senador Antonio Anastasia (PSDB-MG), relator do pedido de impeachment de Dilma no Senado.
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Requião disse esperar que o Senado não tenha de fazer o mesmo que fez com o ex-presidente da República João Goulart, que foi deposto do cargo em 1964 pela Ditadura Militar. Em 2013, o Congresso Nacional anulou a sessão legislativa que destituiu Jango, como era conhecido, do cargo e pediu desculpas oficiais à família do ex-presidente.