O primeiro debate ao vivo entre os sete principais candidatos ao governo do Estado, transmitido pela TV Bandeirantes a todo o Estado, no domingo à noite, teve seu ponto alto quando Severino Araújo, candidato pelo PSB, afirmou que caixa 2 em campanha eleitoral é prática antiga e comum na política. Araújo disse ainda que, em 1985, chegou a integrar um comitê não registrado. O comitê, no caso, seria da campanha do hoje senador Roberto Requião (PMDB) à Prefeitura de Curitiba.
O PMDB de Requião é hoje um dos principais críticos do prefeito de Curitiba, Cassio Taniguchi (PFL). O prefeito é investigado pela Polícia Federal e Ministério Público que buscam provar a existência de um caixa 2 na campanha que reelegeu Cassio Taniguchi (PFL), em 2000, mesma eleição que teve o irmão de Requião, o ex-deputado federal Maurício Fruet, como candidato a prefeito.
Severino Araújo afirmou que o comitê funcionou durante a campanha de Requião, e que ele chegou a pagar uma dupla de cantores sertanejos sem contabilizar na prestação de contas entregue à Justiça Eleitoral. Requião sentiu-se atacado e pediu direito de resposta. O senador afirmou que não tem conhecimento desse comitê. ''Se ele (Araújo) pagou alguma dupla sertaneja, fez sem eu saber.'' Em um rompante de sinceridade, Araújo admitiu ainda que a legislação eleitoral não coíbe os caixas paralelos.
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No geral, o debate foi ameno, mas tocou em pontos nevrálgicos de alguns candidatos. Foram ressuscitados o caso caixa 2 campanha de Cassio e a desastrosa ação policial contra os professores no governo Alvaro Dias (1987-1990). Em agosto de 1988, a tropa de choque enfrentou professores em frente ao Palácio Iguaçu.
Um dos jornalistas convidados a participar do debate perguntou a Alvaro como ele rebateria possíveis críticas com relação ao episódio, já que Alvaro é professor, formado em História. O candidato do PDT prometeu ''não subestimar a inteligência das pessoas''. ''Tomei as providências que cabiam como governador'', argumentou.
O ex-secretário da Fazenda Giovani Gionédis (PSC) reafimou diversas vezes que sua meta é enxugar a máquina administrativa, de 25 para 10 secretarias.
Padre Roque Zimmermann (PT) convidou Requião a apoiar Luiz Inácio Lula da Silva (PT) à presidência. Requião avisou que tem conversa marcada para esta terça-feira com Lula, que estará em Curitiba em busca de outro palanque, além do de Padre Roque.
O candidato governista, Beto Richa (PSDB) -que nega ser o nome do governador Jaime Lerner (PFL), apesar de ter o apoio declarado do pefelista-, prometeu manter a Copel como estatal em um eventual governo seu, ao contrário do que tentou fazer Lerner.
Requião, que adotou incomum comportamento calmo, declarou ainda que reabre o Instituto de Previdência do Estado (IPE) caso seja eleito. Voltou a bater na tecla de reduzir o preço do pedágio ou cancelar o contrato com as concessionárias.
Rubens Bueno (PPS) voltou a insistir na necessidade de transparência das contas durante a campanha, e disse que levou ao estúdio da tevê as contas de sua campanha até agora.
*Leia mais na edição desta terça-feira da Folha de Londrina
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