Uma reviravolta pode mudar os rumos do União Brasil na disputa pela Prefeitura de Londrina. Após oficializar uma nova comissão provisória em abril e anunciar a pré-candidatura do vereador Jairo Tamura (que deixou o PL para poder concorrer pelo União), o partido muda novamente e volta para o comando do advogado e corretor de imóveis André Trindade, que presidia a sigla na cidade desde o ano passado.
Trindade anunciou sua pré-candidatura à Prefeitura em 2023 e nunca escondeu o desejo de concorrer às eleições deste ano. Com seu retorno à presidência, sua pré-candidatura segue viva, tendo o senador Sergio Moro como principal apoiador.
“Eu sou pré-candidato a prefeito e tenho reunião hoje [quarta-feira, às 19h] para fazer o alinhamento com o pessoal do partido, para poder alinhar os vereadores. A chapa de vereadores será a mesma, só vai alterar a candidatura [a prefeito]”, afirmou à FOLHA.
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A mudança ocorreu, segundo o presidente, após acordo de Moro - em alta após ter sido absolvido da acusação de abuso de poder econômico em 2022 pela Justiça Eleitoral - e o deputado federal Felipe Francischini, presidente estadual do União.
Em abril, o deputado havia bancado o nome de Tamura argumentando que a escolha era "em cima de pragmatismo de quem tem mais chances de vitória, mais apoio político, mais credibilidade". Antes dessa decisão, o grupo de Trindade havia aprovado o nome do advogado para a pré-candidatura.
A reportagem recebeu um informativo do União Brasil com a nova composição da sigla em Londrina. "A nova executiva terá o desafio imediato de conduzir o partido durante as eleições municipais de Londrina e agradece o apoio do senador Sergio Moro e dos demais líderes do partido", diz o documento.
Segundo Trindade, a tendência é que o partido deixe a convenção em Londrina para os últimos dias do prazo - talvez 4 de agosto. A ideia, reforça, é manter uma candidatura própria, mas a decisão de disputar ou compor com outra legenda será “do grupo”.
PRÓXIMOS PASSOS
Procurado pela reportagem, Tamura afirma que era pré-candidato “com chances reais da disputa e sucesso”.
“Este fato, pela interferência e mudança da direção local, modifica toda a trajetória, contrariando a nossa participação. Não concordo com a mudança, mas respeito as determinações do partido em nível superior”, diz o vereador. "A minha intenção seria a pré-candidatura a prefeito, não vejo possibilidade de outra candidatura.”
Questionado se pode deixar o União, Tamura disse que ainda tem tempo para decidir seus próximos passos. Um retorno para o PL do deputado federal Filipe Barros não é cogitado pelo vereador, que fez quase 30 mil votos e ficou como primeiro suplente a deputado estadual em 2022.
Outro ponto que deve ser considerado é a própria chapa de pré-candidatos à CML, que foi construída por Tamura. "Estamos medindo o reflexo da mudança com os candidatos. Pode haver uma insatisfação muito grande porque os pré-candidatos a vereadores apostavam na minha pré-candidatura a prefeito", completa.
A reportagem entrou em contato com Francischini e Moro, mas não houve retorno até o fechamento desta edição.