Em sua primeira aparição na Câmara depois de um mês, a deputada federal Jaqueline Roriz (PMN-DF) fugiu de perguntas sobre o vídeo em que aparece recebendo um pacote de dinheiro de Durval Barbosa, o delator do mensalão do DEM. Ela esteve na tarde de hoje no Conselho de Ética junto de assessores e de seu advogado, José Eduardo Alckmin, para entregar uma complementação da defesa da parlamentar. "Eu me guardo o direito de, nesse momento, me calar porque eu necessito esperar formalmente as acusações", disse a deputada.
Jaqueline afirmou não ter a intenção de "procrastinar" a investigação contra ela. Ela disse que estava em tratamento médico e citou os problemas de saúde que seu pai, Joaquim Roriz, enfrentou. A deputada disse também que voltará ao trabalho. Ela se recusou por diversas vezes a responder perguntas sobre quais explicações poderia dar a seus eleitores. Questionada se teria consciência limpa, a deputada respondeu positivamente: "Tenho sim".
O advogado da parlamentar insistiu na tese de que a deputada não pode ser investigada pelo Conselho porque a gravação é de 2006. "Nós insistimos na tese de que não cabe ao Conselho de Ética apurar fatos que não sejam do exercício de mandato de deputado federal. Esse fato não se apura assim, tem que ser apurado no Supremo Tribunal Federal com a colaboração do Ministério Público", disse Alckmin. A defesa até agora não falou sobre o mérito da denúncia no Conselho de Ética. Na única vez que se pronunciou sobre o tema, a parlamentar admitiu, por meio de nota, ter feito caixa dois.