O líder do governo, Valdir Rossoni (PTB), se deu por vencido e aceitou compor a chapa única para a eleição da mesa executiva da Assembléia Legislativa que terá Hermas Brandão (PTB) como presidente. Rossoni anunciou oficialmente que fica com a primeira secretaria.
Ele disse que cogitou a possibilidade de se afastar da eleição e sair da mesa, mas que recuou. "Uma disputa entre eu e o Hermas não seria salutar nem para o partido nem para o governo, podendo trazer cisões difíceis de serem consertadas", comentou.
Rossoni disse, entretanto, que não se sente um derrotado. "Fiz a composição a pedidos (os deputados petebistas decidiram por unanimidade aprovar a composição para a mesa). E olha que poucos sabem perder como eu."
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O líder do governo - que deixa o cargo dia 15 de dezembro - admitiu que se sentiria melhor na presidência mas preferiu "não criar obstáculos". E avisou que vai consultar o regimento interno da Casa "para saber exatamente o que poderei ou não fazer". Rossoni ficará encarregado da parte financeira e administrativa da Assembléia.
A composição final dos sete cargos restantes deverá ser anunciada na quinta-feira. Ao que tudo indica, pouco mudará do quadro divulgado pela Folha. O PFL decide quem ocupará o gabinete da primeira vice-presidência (hoje nas mãos de Caíto Quintana, do PMDB). O líder do PFL na Assembléia, Plauto Miró, já avisou que não está interessado e prefere continuar onde está. Cinco nomes estão no páreo: Nelson Garcia, Helio Rusch, Durval Amaral, Marcos Isfer e Cleiton Quiélse.
A segunda vice será do PT (Irineu Colombo ou Hermas Fonseca). A terceira vice-presidência ou a terceira secretaria ficaria com Augustinho Zuk (PSDB) . A segunda secretaria seria do PMDB, ainda sem nome definido, provavelmente Nereu Moura ou Antonio Anibelli. A quarta secretaria caberia ao PSL. Edno Guimarães declarou que está no páreo. A quinta secretaria caberia ao PST. O deputado Takayama avisou que seu nome está na disputa.
O líder da oposição, Orlando Pessutti (PMDB), disse que este ano não houve uma exigência para que os deputados apoiassem a formação da nova mesa, a exemplo do que ocorreu no ano passado, quando ganharam a liderança da oposição. "Pedimos apenas que se conclua a implantação de um sistema de comunicação melhor da Casa, com jornal interno, TV e rádio. Queremos também a informatização da Assembléia. Mas esses pontos são consenso entre situação e oposição", explicou Pessutti. O deputado espera que o novo presidente seja "um representante do nosso poder (Legislativo)".
Hermas disse que não sabe porque foi escolhido para ocupar a presidência, em detrimento de Rossoni. "Trabalhei pela minha indicação desde que o Nelson Justus assumiu", disse. Justus afirmou que a alternância dentro da Casa é "salutar" e disse que apoiou Hermas Brandão porque havia prometido. "Cumpro minha palavra", resumiu.
O presidente da Assembléia, Nelson Justus (PTB), afirmou ontem que a data da eleição será mesmo no dia 5 de dezembro. O projeto de resolução que altera o regimento interno da Casa foi aprovado em segunda discussão, marcando as eleições entre os dias 1º e 15 de dezembro.