Alguns gastos da LDO (Lei de Diretrizes Orçamentárias) aprovada já na madrugada de sexta-feira (16) geraram polêmica. É o caso do Fundo Eleitoral bilionário que aumenta os recursos para o financiamento da campanha eleitoral, que subiu de R$ 2 bilhões para R$ 5,7 bilhões para 2022. Foram 278 votos favoráveis, 145 contrários e 1 abstenção. Na bancada paranaense, foram 14 favoráveis, nove contrários, seis parlamentares ausentes, entre eles Boca Aberta (PROS) e Luísa Canziani (PTB), que não compareceram para votar. Dos deputados federais que votam em Londrina, apenas Diego Garcia (Podemos) votou contrariamente à matéria. Filipe Barros (PSL) votou favoravelmente à LDO e a reboque deu aval para que o fundão possa ser triplicado.
O deputado Boca Aberta (Pros) não compareceu a importante votação da LDO. Procurado pela reportagem, respondeu que "não votar é a mesma coisa que votar contra". Entretanto, na prática a ausência dele e de outros parlamentares ajuda o voto majoritário no 'sim' pela aprovação da LDO e consequentemente ao fundão triplicado. "Eu Boca Aberta não votei, não foi com meu voto, passei longe. Eu na eleição passada recusei R$ 500 mil do meu partido, essa aberração" disse sobre o 'fundão'.
Já a deputado Luísa Canziani disse, por meio da assessoria, que não iria comentar o assunto.
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Apesar de ter votado favoravelmente à LDO, Filipe Barros (PSL) tentou explicar que é contra o aumento da verba pública para financiar campanhas, mas ao mesmo tempo votou a favor do projeto que tinha embutida a cláusula que triplica o fundão. Ele' classificou de notícia falsa a constatação de que teria votado a favor do fundão eleitoral. "Não caia em fake news em votei a favor da LDO e contrário ao fundão eleitoral, está aqui a declaração escrita de voto" postou em vídeo na rede social.
Os parlamentares alegam que, apesar de terem votado a favor da LDO, votaram pelo aprovação do destaque apresentado pelo partido Novo que tentava retirar o Fundão do texto. O destaque foi votado após aprovação do texto-base da LDO. A tentativa de retirar o Fundão foi rejeitada em votação simbólica, ou seja, sem cada deputado registrar seu voto. O PSL e o PT serão os partidos mais beneficiados pelo fundão, já que têm a maior bancada na Câmara.
Orientaram Sim à proposta (e portanto na prática a favor do novo fundão): PSL, PL, PP, PSD, MDB, PSDB, DEM, Solidariedade, Pros, PSC, PTB e Cidadania. Orientaram Não à proposta: PT, PSB, PDT, Podemos, PSOL, Novo, PV, Rede e a liderança da Oposição.
Para o deputado Diego Garcia, não haveria outro momento dentro da Câmara dos Deputados de se posicionar contra ao orçamento bilionário para o 'fundão' partidário. "Ou se posicionava naquele momento ou não se posicionava. Estávamos acompanhando esse desdobramento e vimos que não teria como votar em destaque essa LDO, sem essa questão do fundão. Mesmo concordando com essa lei não tivemos como apoiar esse aumento de recursos para os partidos. O impacto disso é gigantesco. A ausência desses recursos em áreas essenciais irão fazer falta"