O presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP), disse nesta terça(26) que foi uma "questão de temperamento" a atitude do colega de partido e presidente da Comissão de Educação Roberto Requião (PR). Na tarde de segunda-feira (25), ele tomou o gravador das mãos do repórter da Rádio Bandeirantes, Victor Boyadjian, por julgar ofensiva a pergunta se abriria mão do pagamento da aposentadoria por ser ex-governador do Paraná.
Para Sarney, não tem qualquer "conotação de que se trate de uma agressão à liberdade de imprensa ou de trabalho".
O presidente frisou, no entanto, que esse é um episódio que não deveria ter acontecido. Sarney lamentou o temperamento de Requião e disse que "essas coisas as vezes acontecem independente até mesmo da vontade das pessoas". "Não posso emitir conceito de valor contra um colega por quem eu tenho o maior respeito e que tem uma vida pública grande neste país", acrescentou José Sarney.
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Hoje, o presidente do Senado pretende apresentar e votar em plenário os nomes indicados pelas lideranças para compor o Conselho de Ética. Ele desvinculou um fato do outro. Até o fim dessa semana, Sarney também quer indicar o nome do Corregedor do Senado.
Para o presidente do Sindicato dos Jornalistas do Distrito Federal, Lincoln Macário, o ato de Requião foi arbitrário e exige punição exemplar. Segundo o jornalista, o sindicato está concluindo a representação que apresentará ainda nesta terça (26) contra o senador.
"Vamos representar à Mesa do Senado para que seja tomada alguma medida disciplinar. Acreditamos que esse é um caso para advertência e censura [ao senador], conforme prevê o regimento da Casa. Essa punição é necessária para que o exemplo do senador não seja seguido por outras autoridades Brasil afora. Episódios de censura como esse devem voltar ao tempo sombrio ao qual pertencem", destacou o presidente da entidade.