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Contas secretas

Senadores aprovam fim antecipado de CPI do HSBC

Agência Brasil
01 dez 2015 às 17:23

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A comissão parlamentar de inquérito (CPI), que investiga suspeitas de irregularidades nas contas de brasileiros no banco HSBC na Suíça aprovou nesta terça-feira (1º) um requerimento para antecipar o fim dos trabalhos de apuração. Os senadores concluíram que não estão conseguindo avançar e levantar informações sobre as mais de 8 mil contas de brasileiros sobre as quais há suspeitas de crimes de evasão de divisas e lavagem de dinheiro, entre outros.

Nove meses após o início da CPI, os parlamentares não conseguiram sequer ter acesso à lista dos correntistas brasileiros que enviaram recursos para o banco suíço. Em setembro, quando cogitaram, pela primeira vez, encerrar os trabalhos da comissão, os senadores ouviram a promessa do delator do escândalo conhecido como Swissleaks, Hervé Falciani, que ele iria colaborar com as investigações.

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No entanto, os membros da CPI se queixam de que não têm conseguido sequer fazer contato com Falciani e também não têm apoio das autoridades francesas – que também investigam o caso – porque todas as informações têm sido repassadas ao Ministério Público no Brasil em sigilo.

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"Todos os esforços foram feitos e estão sendo feitos desde o início dessa CPI. O que tivemos foi quase uma extorsão por parte do senhor Hervé Falciani", disse o senador Davi Alcolumbre (DEM-AP). "Ate hoje estamos impossibilitados de ter informações necessárias, a gente está patinando. A CPI não consegue avançar nos trabalhos por absoluta impossibilidade material".

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O presidente da comissão, senador Paulo Rocha (PT-PA) também lembrou que todas as tentativas feitas para conseguir informações com a Polícia Federal, o governo federal, a Receita Federal e o governo francês, não resultaram em acesso a nenhum dado oficial. "Todos os esforços que fizemos e envidamos não tivemos sucesso", disse.


Autor do requerimento que criou a CPI, o senador Randolfe Rodrigues (REDE-AP) disse que as investigações foram encerradas "na prática" em junho, quando os membros da comissão optaram por suspender as quebras de sigilos bancários e telefônicos de pessoas suspeitas. "Eu lamento, mas essa foi a opção do plenário dessa CPI quando resolveu 'desquebrar' os sigilos que nós tínhamos aprovado. O acesso a essa lista não precisaria ser a única opção de investigação, mas sem os sigilos ficou impossível", disse.

Com a aprovação do requerimento, o relator da CPI, senador Ricardo Ferraço (PMDB-ES), terá que apresentar seu parecer antecipadamente, mas nenhuma data ficou definida. Ferraço não participou da audiência de hoje, mas a expectativa é que ele apresente o relatório na próxima reunião, que ainda será marcada.


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