O prefeito reeleito de Curitiba, Cassio Taniguchi (PFL), apresentou ontem o secretariado para o segundo mandato. A palavra de ordem do futuro primeiro escalão de Taniguchi é fazer um governo "social". "Esse foi o recado que recebemos das urnas e vamos moldar o segundo governo com prioridade para as ações sociais", afirmou o prefeito. A mudança no discurso foi a principal novidade no anúncio, já que a maioria dos atuais secretários foram mantidos em seus cargos
Entre as mudanças, Taniguchi criou uma nova secretaria, a Secretaria Extraordinária Municipal de Defesa Social. Essa pasta ficará a cargo do coronel reformado da Polícia Militar, Sanderson Diotalevi. Com isso, o primeiro escalão do governo de Taniguchi passa de 25 para 26 pessoas. A Secretaria de Defesa Social será uma espécie de secretaria de segurança da cidade e terá a função de coordenar todas as ações na área de segurança que são desenvolvidas por órgãos municipais e estaduais (ver matéria ao lado). Diotalevi foi reformado compulsoriamente da Polícia Militar há uma semana por ter completado 35 anos de serviço. Ele era o chefe do Estado Maior da Polícia Militar do Paraná.
Outra mudança para o segundo governo será na função de vice-prefeito. O vice eleito, Beto Richa, vai ocupar a Secretaria Municipal de Obras Públicas. O vice do primeiro mandato de Taniguchi, deputado Algaci Tulio (PTB), não era titular em nenhuma secretaria. Desempenhava apenas as funções de vice-prefeito.
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O primeiro suplente de vereador pelo PTB, Rodrigo Martinez, filho do deputado federal Luis Carlos Martinez, será o novo secretário de Esporte e Lazer. Ele também não fazia parte do primeiro mandato. Cassio Chamecki, outro desconhecido na equipe de governo, vai presidir a Fundação Cultural de Curitiba. A Fundação foi presidida no primeiro governo de Taniguchi por Margarita Sansone, mulher do deputado federal e secretário Estadual de Comunicação, Rafael Greca de Macedo.
Taniguchi disse que seu segundo governo vai priorizar a atuação nos bolsões de pobreza da cidade. "Essa é uma necessidade que as urnas mostraram", repetiu. Taniguchi foi reeleito prefeito no segundo turno, em 29 de outubro, com apenas 3% de votos a mais que seu adversário. Entre os temas mais utilizados pela oposição na campanha estavam a falta de segurança e crescimento da pobreza na cidade.
Durante o anúncio do secretariado, o prefeito disse que já conseguiu para o primeiro ano de seu segundo mandato R$ 7,5 milhões do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e do programa federal Habitar-Brasil para investimentos em 78 bolsões de pobreza da cidade. "A primeira coisa que precisamos fazer é abrir acessos para a entrada de caminhões de coleta de lixo, viaturas policiais e ambulâncias, o que é impossível de acontecer em alguns locais hoje", explica.
Essas concentrações de população de baixa renda também receberão infra-estrutura básica como rede de água encanada, esgoto e energia elétrica. Ao todo, são 248 bolsões de pobreza em Curitiba. Só nos 78 em que a prefeitura prevê o início de investimentos sociais vivem cerca de 200 mil pessoas. Os maiores são os bolsões de pobreza de Chapinhal e do Cajuru. Essa áreas são originárias, em sua grande maioria, de invasões urbanas.