O Tribunal de Contas da União encontrou indícios de irregularidades graves em 88 obras no país. O relatório das obras foi entregue ao presidente do Senado, José Sarney, pelo presidente do TCU, ministro Valmir Campelo.
Foram fiscalizadas 400 obras em todo o país e 25% delas apresentaram irregularidades. De acordo com o presidente do TCU, são indícios de superfaturamento, licitações viciadas, ausência de projeto básico e de licença ambiental e enriquecimento ilícito.
O relatório sera encaminado pelo presidente do Senado à Comissão Mista de Orçamento, que poderá bloquear os recursos previstos para essas obras no próximo ano.
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As supostas irregularidades significam um prejuízo de mais de R$ 3 bilhões aos cofres públicos. O ministro Valmir Campelo disse que se os desvios forem comprovados e os envolvidos condenados, todos terão de devolver os recursos aos cofres públicos.
No relatório, das 88 obras citadas 39 se referem a recuperação de estradas e conclusão de trechos rodoviários, com recursos liberados pelo Departmento Nacional de Infra-Estrutura de Transportes (DNIT). Outras 17 são para contenção de enchentes, projetos de irrigação, construção de barragens e adutoras, com recursos do Ministério da Integração Nacional.
Também estão sob suspeita as obras dos metrôs do Distrito Federal e de Salvador, e expansão dos sistemas de trens urbanos de Porto Alegre, Belo Horizonte e Salvador. Foram encontrados indícios de irregularidades em várias obras portuárias.
O presidente do TCU defendeu a aprovação de um projeto que poderá tornar mais ágil a aplicação de sanções e multas. Campelo disse que o projeto já está tramitando no Senado e explicou que os advogados da corte participariam diretamente do julgamento de casos de irregularidades em obras junto ao Supremo Tribunal Federal.
Hoje, os casos são remetidos à Advocacia Geral da União, que se encarrega de processar os envolvidos. Se o projeto for aprovado, o ministro Valmir Campelo prevê que haverá muito mais agilidade na hora de julgar e reaver os recursos públicos desviados.
Segundo ele, os técnicos e advogados do TCU, que participam diretamente das investigações, estariam também atuando na hora do julgamento.