A ex-secretária de Estado da Administração e atual assessora para assuntos governamentais da Renault, Maria Elisa Paciornik, disse que o grampo telefônico encontrado em sua sala em outubro de 1999, foi desligado sem que a Telepar informasse a polícia.
Ainda segundo a ex-secretária, a escuta clandestina poderia estar ligada ao escritório de advocacia de José Maria Martins Nascimento, que também fica no Centro Cívico, segundo constaou, na época, um funcionário da Telepar.
Ela prestou depoimento à Comissão Especial da Secretaria de Segurança, criada para investigar as denúncias de escutas clandestinas em órgãos públicos durante o governo de Jaime Lerner (PFL).
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Como o nome de Nascimento não tinha surgido na Comissão, após o depoimento da ex-secretária a comissão resolveu convocar o advogado para prestar depoimento na quarta-feira, dia 16. Nascimento foi denunciado pela Promotoria de Investigações Criminais (PIC) como envolvido no grampo da Secretaria de Administração em 1999. O caso ainda está sendo investigado por policiais do 3º Distrito Policial de Curitiba.
Pela manhã, Nascimento informou que se for convocado prestará depoimento sem nenhum constrangimento. "Eu não tenho nada a temer, porque tudo indica que foi crime político e nunca tive clientes envolvidos com política, eu sou um advogado trabalhista", disse.
Segundo ele, a única constatação feita pela Telepar em outubro de 1999 foi que o grampo estaria ligado à caixa externa de telefones de seu escritório. "Na época um perito da Telepar testou os terminais do meu escritório e constatou que não havia possibilidade dos meus telefones terem acesso às conversas da Secretária."
Maria Elisa foi convocada porque em outubro de 1999 ela solicitou à Telepar Brasil Telecom que fizesse uma varredura. Poucos dias depois, a Secretária teria sido informada pelo funcionário da empresa João Luis Rego de Barros que tinha sido constatada a existência de um grampo telefônico na linha do seu gabinete.
O que chamou a atenção dos integrantes da Comissão Especial foi a forma como o grampo acabou sendo desmobilizado. De acordo com a Secretária, ela tinha pedido apenas uma varredura. Depois de alguns dias foi informada que havia sido encontrada a irregularidade e que os técnicos terminaram com a irregularidade. "Eles me disseram que grampo telefônico era crime e que a direção da Telepar havia determinado a imediata desmobilização", disse.
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