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'Mera formalidade'

Temer nega relação entre nomeação de Moreira Franco e foro privilegiado: 'vejam meu discurso'

Agência Estado
03 fev 2017 às 13:14

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O presidente Michel Temer afirmou que a nomeação de Moreira Franco como ministro, nesta sexta-feira (3) foi uma "mera formalidade", pois o peemedebista já exercia informalmente a função como secretário executivo do Programa de Parcerias de Investimentos (PPI). Citado na Operação Lava Jato, Moreira passou a ter foro privilegiado após assinar termo de posse em cerimônia no Palácio do Planalto. Questionado se a nomeação teria sido feita para proteger Moreira na Justiça, Temer respondeu: "vejam meu discurso".

Moreira Franco foi citado em delação premiada pelo ex-vice-presidente de relações institucionais da Odebrecht Cláudio Melo Filho. Em anexo documental, Cláudio afirmou que a empresa teria pagado R$ 3 milhões em propina, e não doação eleitoral, para que Moreira Franco cancelasse uma obra. Na época, em 2014, Moreira Franco era ministro da Secretaria de Aviação Civil do governo de Dilma Rousseff. Com a homologação das delações da empreiteira, no início da semana, Moreira pode ser indiciado. O ministro nega irregularidades.

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Mais cedo, o ministro-chefe da Casa Civil Eliseu Padilha também negou que a nomeação seja semelhante ao episódio envolvendo o ex-presidente Lula, em 2016, e disse que, no caso de Franco, o objetivo da nomeação foi oferecer a ele um trânsito melhor no exterior nas iniciativas do governo de buscar recursos para o País.

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Em sua fala, Temer afirmou que a nomeação de Moreira foi feita para "estruturar" o Planalto com a presença de um secretário-geral. "Moreira sempre foi chamado ministro, embora fosse apenas secretário executivo. Ele liderava em viagens as delegações de ministros. Hoje se trata apenas de uma formalização, porque na realidade Moreira já era ministro desde então, agora ele vem acrescido de outras tarefas", justificou Temer.

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O presidente brincou que, com as novas atribuições, os cabelos grisalhos de Moreira "ficarão ainda mais brancos".


Durante o discurso, Temer pediu o apoio dos deputados e senadores presentes na cerimônia de posse dos ministros para a aprovação de medidas reformistas. Ele defendeu que o seu governo tem foco em atos populares, que beneficiam o povo, mas que só trazem popularidade para o governo no futuro. "Se quiséssemos atos populistas, não mexeríamos em temas fundamentais para o País", declarou. Ele defendeu que o objetivo do governo com as reformas é colocar país no "rumo adequado" até o final de sua gestão.

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Também tomaram posse nesta sexta-feira Luislinda Valois (Direitos Humanos), a primeira ministra mulher do governo Temer, e Antonio Imbassahy (Secretaria de Governo). O ministro da Justiça, Alexandre de Moraes, ganhou novas atribuições na pasta e também assinou um termo de posse. Quebrando o protocolo, nenhum dos ministros discursou.


O presidente declarou que Imbassahy, deputado federal pelo PSDB, será importante no diálogo com o Congresso, que considera "fundamental" para garantir a união dos partidos da base aliada e a governabilidade.


Ele afirmou que o tucano tem "um jeito especial" capaz de auxiliar "muitíssimo" o governo. "Tenho convicção de que ele vai fazer um trabalho de articulação eficiente com o Congresso (...) Tenho a certeza que nos dará um auxílio inestimável", avaliou Temer.

Temer pediu aplausos para Luislinda, que afirmou ter deixado "uma marca" na Bahia com a sua atuação como desembargadora, o que fez a nova ministra se emocionar. Segundo o presidente, a área dos direitos humanos é um tema que "aflige a todos neste momento". No início de sua gestão, no ano passado, Temer havia determinado a extinção da pasta.


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