Política

Tentativa de golpe não teria ocorrido sem Bolsonaro, diz Lula

08 fev 2024 às 12:30

O presidente Lula (PT) falou na manhã desta quinta-feira (8) sobre a operação da Polícia Federal que mira o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e seus ex-ministros, assessores e chefes das Forças Armadas.


"O dado concreto é que houve uma tentativa de golpe. Houve tentativa de destruir uma coisa que construímos há muito tempo que é o processo democrático. Queremos saber quem financiou quem pagou quem financiava aqueles acampamentos para que nunca mais aconteça o que aconteceu no dia 8 de janeiro [de 2023]", disse Lula em entrevista à rádio Itatiaia.


"O cidadão [Bolsonaro] que estava no governo não estava preparado para ganhar, não estava preparado para perder, não estava preparado para sair, tanto é que não teve coragem e foi embora para os Estados Unidos, porque deve ter participado da construção dessa tentativa de golpe. Acho que não teria acontecido sem ele."


"As pessoas precisam aprender que eleição democrática a gente perde e a gente ganha quando a gente perde a gente lamenta quando a gente ganha a gente toma posse e governa", seguiu Lula.


"Ele [Bolsonaro] passou o tempo inteiro criando suspeição sobre urna. Tática que utilizou para criar na sociedade um descrédito. Quando você cria um descrédito, você pode fazer qualquer coisa, desmoraliza o processo."


A Polícia Federal cumpre na manhã desta quinta (8) mandados de busca e prisão contra ex-ministros de Bolsonaro e militares envolvidos na suposta tentativa de golpe para manter o ex-presidente no poder.



Um dos alvos é o próprio ex-presidente, ele terá que entregar o passaporte em 24 horas para a PF. Bolsonaro já foi condenado pelo TSE por ataques e mentiras sobre o sistema eleitoral e é alvo de diferentes outras investigações no STF (Supremo Tribunal Federal). Ele está inelegível até 2030.


Entre os alvos das medidas desta quinta-feira estão os ex-ministros general Augusto Heleno, Braga Netto e Anderson Torres. Também são alvos outros militares.


Ao todo, a PF cumpre quatro mandados de prisão preventiva e 30 mandados de busca e apreensão em 10 estados e no Distrito Federal. Entre os presos está o ex-assessor de Bolsonaro, Marcelo Câmara. O militar já era investigado no caso da fraude ao cartão de vacinação do ex-presidente.


Outro detido é Filipe Martins, ex-assessor para Assuntos Internacionais de Bolsonaro. Também é alvo de mandado de prisão Rafael Martins.


Entre os militares são alvos o general Paulo Sérgio Nogueira, ex-ministro da Defesa e que comandou a investida do Exército contra as urnas, e o general Estevam Cals Theophilo Gaspar Oliveira, que era chefe do Comando de Operações Terrestres.


A PF também faz busca em endereços do ex-comandante da Marinha no governo Bolsonaro, Almir Garnier Santos.


A ação foi batizada de Tempus Veritatis e investiga uma organização criminosa que, diz a PF, atuou na tentativa de golpe de Estado e abolição do Estado Democrático de Direito "para obter vantagem de natureza política com a manutenção do então presidente da República no poder."


As medidas foram autorizadas pelo ministro Alexandre de Moraes, do STF, no âmbito do inquérito das milícias digitais.


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