Uma testemunha ouvida pela Polícia Rodoviária Federal confirma que o prefeito Barbosa Neto (PDT) avançou o sinal vermelho no acidente registrado na noite de 31 de outubro no cruzamento da BR-369 com a rua Grafita, zona leste de Londrina. Seis pessoas ficaram feridas na colisão, entre elas os três filhos do prefeito.
Segundo o boletim de acidente de trânsito número 1002576, obtido com exclusividade pela reportagem do Bonde, a única testemunha citada é um pedestre que passava pelo local.
O operador de caixa, identificado como Anderson Roque da Silva, aponta a Mercedes Benz B180 conduzida por Barbosa Neto como causadora do acidente.
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"Estava parado ao lado da rodovia esperando o sinaleiro abrir para atravessar a pista quando o Mercedes atravessou no sinal vermelho. (...) A BMW estava indo na via com o sinal verde e colidiu com a Mercedes", aponta a declaração transcrita na íntegra pela policial que confeccionou o boletim.
Em entrevista coletiva no último dia 3, o prefeito negou a imprudência. "Chegamos a parar, vimos o sinal abrir e avançamos".
Confira a reprodução do documento (dados da testemunha preservados)
Motorista reafirma versão
O servidor público aposentado Nilton Silva, de 55 anos, falou nesta quarta-feira (9) sobre o acidente que envolveu o prefeito Barbosa Neto na noite de 31 de outubro no cruzamento da BR-369 com a rua Grafita, na zona leste de Londrina.
Ele reafirmou a versão de que o prefeito teria avançado o sinal vermelho e causado a colisão. Nilton confirmou que o prefeito estava em baixa velocidade. "Ele estava parado. Em questão de 30 metros, não consegue mesmo passar de 30 quilômetros por hora. Mas, quando passou o caminhão, ele achou que não vinha mais ninguém e ultrapassou o sinal", afirmou.
O aposentado pretende acionar o prefeito judicialmente alegando danos morais. "Estou revoltado. Quero reaver minha moral. Quero que o prefeito se retrate e diga a verdade sobre o que aconteceu no local. Ele passou no sinal vermelho e não assume. Com 55 anos de idade é a primeira vez que eu passo por mentiroso", desabafou.
Segundo o advogado do aposentado, Heli Correia, o principal argumento de seu cliente é o depoimento da testemunha que consta no laudo da Polícia Rodoviária Federal.
A testemunha do prefeito é o ex-secretário de Obras Agnaldo Rosa, que estava atrás dele no momento do acidente, mas não viu a colisão por estar mexendo no rádio do carro.
Outro ponto levantado pelo advogado é o fato de seu cliente ter sido submetido ao teste do bafômetro, mas o prefeito não. "O prefeito não passou pelo teste do bafômetro. O Nilton sim e foi dado zero. Isto é muito estranho. Não queremos saber o motivo dele ter avançado o sinal, queremos apenas que ele assuma o que fez. Passa para a sociedade que o Nilton avançou, que ele estava errado".
Heli Correia afirma que ainda pretende acionar o seguro do carro conduzido pelo prefeito, que estaria no nome de um parente da primeira-dama, Ana Laura Lino.
Em nota enviada à imprensa na noite desta quarta, o prefeito afirma que "todos os esclarecimentos que lhe foram solicitados pelas autoridades de trânsito foram regularmente prestados" e "em momento algum imputou a responsabilidade pelo mencionado sinistro a qualquer pessoa que fosse especialmente a terceiros envolvidos naquele evento."