O prefeito de Curitiba, Cassio Taniguchi (PFL), deu sinais de que quer uma trégua com o Ministério Público Estadual. Como presidente da Associação dos Municípios da Região Metropolitana de Curitiba (Assomec), Cassio comandou no final da tarde de ontem reunião da entidade com a presença do procurador-geral de Justiça, Marco Antônio Teixeira. A pauta oficial do encontro pedia que o representante do MP esclarecesse situações em que os prefeitos podem ou não agir para evitar impasses na Justiça.
Perguntado se o debate não seria a emissão de um sinal de paz com o MP, Cassio deixou escapar: "Nada melhor do que o diálogo amplo, aberto, democrático para sanar essas questões". O prefeito, sua mulher Marina e a secretária de Finanças do município, Dinorah Nogara, foram denunciados por desrespeitar a Lei de Licitações ao contratar, sem concurso público, mão-de-obra da Cooperativa Cosmos. Irritado com a denúncia, Cassio chegou a acusar os promotores de Defesa do Patrimônio Público de agir sob "motivação política".
Cassio disse que ao fazer os ataques não quis atingir a imagem do Ministério Público, "mas de alguns promotores que estão agindo politicamente, ou, na pior das hipóteses, agindo no sentido de prejudicar o prefeito de Curitiba". Ele disse que vai acionar os promotores na Justiça caso o processo continue. "Não quero com isso, romper qualquer diálogo com o Ministério Público. Muito pelo contrário. Estamos exatamente, neste sentido, de abrir um diálogo, abrir o caminho do entendimento."
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Num estilo diplomático, o procurador Marco Antônio Teixeira viu na reunião de ontem uma oportunidade de "dialogar com todos os administradores da região metropolitana" sobre o acompanhamento que o Ministério Público faz do cotidiano dos prefeitos. Teixeira discordou que Cassio estivesse tentando uma reaproximação. "Não vejo que essa reunião seja uma reaproximação porque nunca houve um afastamento. As instituições públicas não se afastam. Acho sim que a reunião foi uma iniciativa feliz de conversa entre o Ministério Público e os gestores municipais da região metropolitana."
O procurador disse que as queixas contra os promotores foram investigadas e nenhuma irregularidade na atuação deles foi detectada. "Não se evidenciou em nenhum momento no levantamento feito pela corregedoria, que houvesse indício do que fôra afirmado (pelo prefeito)."