Folha - O que o senhor pensa da privatização da Copel, a maior estatal paranaense?
Brandão Ao contrário do que se tem falado, eu nunca declarei como vou votar se precisar desempatar a votação do projeto popular. Ninguém sabe qual será meu voto. Vamos esperar acontecer.
Folha - O senhor tem estado muito nervoso nessa discussão?
Brandão Estou bem, apesar do cansaço. Ontem (quarta-feira, depois de 22 horas de sessão) não vi nem o jogo da Seleção. Jantei e fui dormir. Na verdade, estou me superando, porque não esperava conseguir manter tanta tranquilidade.
Folha - A sessão de terça-feira, que se prolongou até quarta-feira, foi muito cansativa. A oposição manobrou para atrasar a votação.
Brandão É verdade. Os deputados ficaram sem dormir e sem se alimentar direito. É muito cansativo presidir uma sessão assim, com um tema tão importante em jogo. Só estando ali mesmo para saber. Mas é normal que as bancadas, tando oposição quando situação, usem suas artimanhas. E cabe ao presidente administrar a pressão do plenário.
Folha - A bancada governista conta com o voto do deputado Luiz Fernandes Litro (PSDB) para derrubar o projeto que impede a venda da Copel. Ele deve pedir licença por causa do problema no coração?
Brandão Depende apenas do próprio deputado Litro pedir licença. Até agora, não pediu. Mas o parlamentar só precisa pedir licença se permanecer acima de 30 dias afastado.
Folha - O senhor tem conversado com o governador Jaime Lerner (PFL) sobre todos esses fatos que impediram a votação?
Brandão Estive com o governador ontem (quarta-feira). Foi um tratamento respeitoso entre Executivo e Legislativo. Mas falar sobre a votação é função do líder do governo e do chefe da Casa Civil. Nós tomamos um café juntos e conversamos sobre a invasão. Faltavam uns 15 minutos para votarmos quando os estudantes invadiram o plenário.
Folha - Os deputados terão o mesmo tempo, na sessão de hoje, para discursar sobre o projeto popular, como fizeram na terça-feira (os discursos da oposição se prolongaram pela madrugada toda)?
Brandão A hora que abrirmos a sessão será para votar. Eles já falaram. Poderão discursar de novo apenas para encaminhar o projeto.
Folha - Onde será a sessão?
Brandão A princípio, no plenário. Queremos consertar o sistema de som a tempo de fazer a votação lá. No Plenarinho, não há sistema de som adequado.
Folha - O que o senhor pretendia fazer em relação ao movimento dos estudantes, caso eles não deixassem o prédio, no tumulto de quinta-feira passada?
Brandão Se eles não tivessem esvaziado o plenário até às 13 horas, entraríamos na Justiça com uma medida cautelar. Não poderíamos ficar à mercê de um grupo de baderneiros. Não eram só estudantes que estavam lá. Tinha de tudo um pouco.
Folha - Como foi controlada a entrada e a saída dos manifestantes durante a noite?
Brandão Distribuí uns 100 cartões de visita meus, para que eles pudessem apresentar na portaria, como uma senha.
Folha - Como o senhor avalia essa manifestação?
Brandão A Assembléia é o palco das discussões, para todos os temas do Paraná. Acho justo que todos tenham o direito de opinar e reclamar, mas baderna não posso admitir de forma nenhuma. E isso foi uma baderna. Vamos fazer uma perícia técnica e responsabilizar todos os partidos políticos e movimentos que danificaram as instalações do plenário, até porque a Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF) nos obriga a tomar certas atitudes. Podemos não receber ressarcimento pelos danos materiais, mas pelo menos vai ficar registrado na Justiça. Na verdade, eu não esperava que chegasse a esse ponto. Acredito que todas as manifestações são bem-vindas, desde que sejam pacíficas. Esse tipo de bagunça, destruindo o patrimônio público, a população não aprova.
Folha - Qual foi o maior estrago no plenário?
Brandão O sistema de som. Ficamos sem microfones. Algumas poltronas foram danificadas e as mesas riscadas. Uma porta de vidro na entrada das galerias foi quebrada.
Folha - Quando estará concluído o levantamento do prejuízo?
Brandão Espero esteja concluído até segunda-feira (hoje) ou terça.
Folha - O episódio desgastou o governo e a Assembléia?
Brandão O desgaste existe. Mas não tinha outro jeito, eu precisava garantir a segurança. O que mais poderia fazer?
Folha - Por que a sessão, marcada para 10 horas da manhã (de quinta-feira) foi antecipada para às 9h30?
Brandão Foi um entendimento com todos, para evitar conflitos. Mandei aviso para todas as lideranças.
Folha - Mas a oposição reclamou, alegando que alguns não receberam o comunicado ou ficaram sabendo em cima da hora.
Brandão Você sabe como funciona esta Casa. Podem até alegar que não receberam nada, mas eu enviei o aviso para todo mundo.
Folha - Qual foi o motivo para o cancelamento da sessão? Foi falta de maioria governista, como afirma o líder da oposição (Waldyr Pugliesi, PMDB)?
Brandão Recebi informações que os estudantes que estavam na rampa poderiam pular para o pátio. Foi uma questão de segurança. Não tem nada a ver com falta de deputados aliados ao governo. Isso a oposição não pode alegar. Não quero ver nenhum policial ou estudante machucado. Não posso dar margem a esse tipo de violência. A imprensa nacional já noticiou esse lado feio do Paraná. Não podemos deixar que coisas piores aconteçam. Por isso tomei a decisão de não realizar a votação naquele momento.
Folha - O aparato policial foi realmente exagerado, como reclamou a oposição?
Brandão Não foi exagerado. Foi uma garantia de segurança. Eles (estudantes) tinham assumido o compromisso de que não quebrariam nada, mas não cumpriram. Decidi até liberar os funcionários da Casa, temendo maiores problemas.
Folha - Por que a polícia impediu a entrada dos deputados?
Brandão Tínhamos um acordo. O portão principal ficaria trancado e os deputados poderiam entrar pela garagem, usando as entradas laterais. A polícia sabia disso. Mas eles (deputados) preferiram usar o portão principal. Não tinha necessidade de causar aquele tumulto, aquele circo, ali na frente.
Folha - Como ficou a viagem dos deputados à Europa, na comitiva da Federação da Agricultura do Paraná (Faep), que seria no sábado?
Brandão Esse não é o problema. Quem quiser ir que decida. Mas ainda não recebi a lista oficial de quem vai viajar.
Brandão Ao contrário do que se tem falado, eu nunca declarei como vou votar se precisar desempatar a votação do projeto popular. Ninguém sabe qual será meu voto. Vamos esperar acontecer.
Folha - O senhor tem estado muito nervoso nessa discussão?
Brandão Estou bem, apesar do cansaço. Ontem (quarta-feira, depois de 22 horas de sessão) não vi nem o jogo da Seleção. Jantei e fui dormir. Na verdade, estou me superando, porque não esperava conseguir manter tanta tranquilidade.
Folha - A sessão de terça-feira, que se prolongou até quarta-feira, foi muito cansativa. A oposição manobrou para atrasar a votação.
Brandão É verdade. Os deputados ficaram sem dormir e sem se alimentar direito. É muito cansativo presidir uma sessão assim, com um tema tão importante em jogo. Só estando ali mesmo para saber. Mas é normal que as bancadas, tando oposição quando situação, usem suas artimanhas. E cabe ao presidente administrar a pressão do plenário.
Folha - A bancada governista conta com o voto do deputado Luiz Fernandes Litro (PSDB) para derrubar o projeto que impede a venda da Copel. Ele deve pedir licença por causa do problema no coração?
Brandão Depende apenas do próprio deputado Litro pedir licença. Até agora, não pediu. Mas o parlamentar só precisa pedir licença se permanecer acima de 30 dias afastado.
Folha - O senhor tem conversado com o governador Jaime Lerner (PFL) sobre todos esses fatos que impediram a votação?
Brandão Estive com o governador ontem (quarta-feira). Foi um tratamento respeitoso entre Executivo e Legislativo. Mas falar sobre a votação é função do líder do governo e do chefe da Casa Civil. Nós tomamos um café juntos e conversamos sobre a invasão. Faltavam uns 15 minutos para votarmos quando os estudantes invadiram o plenário.
Folha - Os deputados terão o mesmo tempo, na sessão de hoje, para discursar sobre o projeto popular, como fizeram na terça-feira (os discursos da oposição se prolongaram pela madrugada toda)?
Brandão A hora que abrirmos a sessão será para votar. Eles já falaram. Poderão discursar de novo apenas para encaminhar o projeto.
Folha - Onde será a sessão?
Brandão A princípio, no plenário. Queremos consertar o sistema de som a tempo de fazer a votação lá. No Plenarinho, não há sistema de som adequado.
Folha - O que o senhor pretendia fazer em relação ao movimento dos estudantes, caso eles não deixassem o prédio, no tumulto de quinta-feira passada?
Brandão Se eles não tivessem esvaziado o plenário até às 13 horas, entraríamos na Justiça com uma medida cautelar. Não poderíamos ficar à mercê de um grupo de baderneiros. Não eram só estudantes que estavam lá. Tinha de tudo um pouco.
Folha - Como foi controlada a entrada e a saída dos manifestantes durante a noite?
Brandão Distribuí uns 100 cartões de visita meus, para que eles pudessem apresentar na portaria, como uma senha.
Folha - Como o senhor avalia essa manifestação?
Brandão A Assembléia é o palco das discussões, para todos os temas do Paraná. Acho justo que todos tenham o direito de opinar e reclamar, mas baderna não posso admitir de forma nenhuma. E isso foi uma baderna. Vamos fazer uma perícia técnica e responsabilizar todos os partidos políticos e movimentos que danificaram as instalações do plenário, até porque a Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF) nos obriga a tomar certas atitudes. Podemos não receber ressarcimento pelos danos materiais, mas pelo menos vai ficar registrado na Justiça. Na verdade, eu não esperava que chegasse a esse ponto. Acredito que todas as manifestações são bem-vindas, desde que sejam pacíficas. Esse tipo de bagunça, destruindo o patrimônio público, a população não aprova.
Folha - Qual foi o maior estrago no plenário?
Brandão O sistema de som. Ficamos sem microfones. Algumas poltronas foram danificadas e as mesas riscadas. Uma porta de vidro na entrada das galerias foi quebrada.
Folha - Quando estará concluído o levantamento do prejuízo?
Brandão Espero esteja concluído até segunda-feira (hoje) ou terça.
Folha - O episódio desgastou o governo e a Assembléia?
Brandão O desgaste existe. Mas não tinha outro jeito, eu precisava garantir a segurança. O que mais poderia fazer?
Folha - Por que a sessão, marcada para 10 horas da manhã (de quinta-feira) foi antecipada para às 9h30?
Brandão Foi um entendimento com todos, para evitar conflitos. Mandei aviso para todas as lideranças.
Folha - Mas a oposição reclamou, alegando que alguns não receberam o comunicado ou ficaram sabendo em cima da hora.
Brandão Você sabe como funciona esta Casa. Podem até alegar que não receberam nada, mas eu enviei o aviso para todo mundo.
Folha - Qual foi o motivo para o cancelamento da sessão? Foi falta de maioria governista, como afirma o líder da oposição (Waldyr Pugliesi, PMDB)?
Brandão Recebi informações que os estudantes que estavam na rampa poderiam pular para o pátio. Foi uma questão de segurança. Não tem nada a ver com falta de deputados aliados ao governo. Isso a oposição não pode alegar. Não quero ver nenhum policial ou estudante machucado. Não posso dar margem a esse tipo de violência. A imprensa nacional já noticiou esse lado feio do Paraná. Não podemos deixar que coisas piores aconteçam. Por isso tomei a decisão de não realizar a votação naquele momento.
Folha - O aparato policial foi realmente exagerado, como reclamou a oposição?
Brandão Não foi exagerado. Foi uma garantia de segurança. Eles (estudantes) tinham assumido o compromisso de que não quebrariam nada, mas não cumpriram. Decidi até liberar os funcionários da Casa, temendo maiores problemas.
Folha - Por que a polícia impediu a entrada dos deputados?
Brandão Tínhamos um acordo. O portão principal ficaria trancado e os deputados poderiam entrar pela garagem, usando as entradas laterais. A polícia sabia disso. Mas eles (deputados) preferiram usar o portão principal. Não tinha necessidade de causar aquele tumulto, aquele circo, ali na frente.
Folha - Como ficou a viagem dos deputados à Europa, na comitiva da Federação da Agricultura do Paraná (Faep), que seria no sábado?
Brandão Esse não é o problema. Quem quiser ir que decida. Mas ainda não recebi a lista oficial de quem vai viajar.