Vereadores da Comissão Especial criada para analisar problemas causados pelo tráfego de trens em Curitiba fazem hoje pela manhã uma vistoria na malha ferroviária que corta a cidade. O objetivo é verificar os principais problemas do trecho.
Para a vistoria, os vereadores solicitaram vagões da América Latina Logística (ALL), empresa que administra as ferrovias no Paraná. De acordo com o presidente da comissão, vereador André Passos (PT), a viagem com vagão vai facilitar o trabalho. "Podemos alcançar pontos difíceis de chegar de outra maneira."
Além dos vereadores, devem participar da vistoria deputados estaduais e técnicos da ALL. Passos conta que convidou também técnicos da Diretoria de Trânsito de Curitiba (Diretran) e representantes do Sindicato dos Maquinistas e Ferroviários.
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Passos conta que já fez inspeções extra-oficiais em alguns pontos. O principal problema detectado foi a conservação. "Há muitos pinos soltos e dormentes sem qualquer manutenção."
Também os cruzamentos serão vistoriados. De acordo com o vereador, a sinalização em muitos trechos não é adequada. Outro ponto que será observado é a presença de construções próximas à linha férrea.
"A maior dificuldade é o fato de não existir uma agência reguladora. Não há quem fiscalize a malha ferroviária", afirma Passos. A criação da agência estava prevista no processo de privatização, mas não saiu do papel. "Existe apenas uma pessoa que é encarregada disso, mas ela trabalha em Brasília, no Ministério dos Transportes. Como é que dá para fiscalizar?"
Os resultados da vistoria servirão de base para os quetionamentos dos vereadores durante depoimento de representantes da ALL, previsto para a próxima segunda-feira na Câmara Municipal.
Ontem à noite os ferroviários se reuniram na Câmara Municipal para discutir os principais problemas enfrentados pela categoria. Entre eles, as demissões e os acidentes de trabalho. De acordo com o secretário-geral do Sindicato dos Maquinistas e Ferroviários do Paraná e Santa Catarina, Daniel Antonio Araújo, o número de funcionários diminuiu muito. Em 1997, antes da privatização, o Paraná tinha 7,8 mil empregados no sistema ferroviário. Hoje, o Estado soma com Santa Catarina apenas 2,1 mil funcionários.
"Esse corte fez aumentar o número de acidentes na malha. Antes, dois maquinistas dividiam o turno. Hoje, apenas um chega a trabalhar por até 16 horas seguidas", disse Araújo.