Os sindicatos rurais, através da Fetag-PI (Federação dos
Trabalhadores na Agricultura do Piauí), denunciam que alguns candidatos estão trocando latas d'água por votos na região do semi-árido, onde existem 196 municípios em estado de calamidade ou emergência. Os sindicatos alegam que as lideranças políticas ou cabos eleitorais estão dando água e pedindo votos. A Fetag-PI vai encaminhar a denuncia para o Comitê Contra Corrupção Eleitoral apurar e adotar as providências junto à Justiça Eleitoral.
Uma lata de 18 litros de água é vendida na região piauiense atingida pela seca por R$ 0,50. Alguns prefeitos fazem a distribuição de água através de carros-pipa contratados com recursos próprios do município ou do Estado. Devido à situação calamitosa, onde já existe dificuldade de abastecimento de água para consumo humano, o governo do Estado cansou de esperar recursos federais e resolveu custear um programa de abastecimento com caminhões pipa.
Estão sendo despendidos R$ 300 mil por mês para custear o programa, através da Defesa Civil Estadual. O deputado federal Wellington Dias (PT), candidato a governador, denunciou que há políticos fazendo uso eleitoral da seca no interior do Estado. Dias disse que os advogados da coligação "A vitória que o povo quer", encabeçada pelo PT, vai representar contra os políticos beneficiados na Justiça Eleitoral. Dias disse que, em campanha, andou em 131 municípios do Estado e constatou a situação calamitosa que vivem as famílias dos trabalhadores rurais, principalmente na região do semi-árido. Ele diz que flagrou um caminhão pipa distribuindo água com propaganda política.