Cerca de 1,4 mil professoras de CEIs (Centros de Educação Infantil) aguardam uma definição da Prefeitura de Londrina acerca do reajuste de salários por parte da Prefeitura de Londrina para decidir, no sábado (10), se mantêm a paralisação programada para iniciar na segunda-feira (12). A categoria apresentou, na manhã desta quinta-feira (8), uma proposta para reduzir a diferença salarial entre as profissionais das entidades filantrópicas e as concursadas da administração municipal de 80% para 20% nos próximos dois anos.
Segundo o Sinpro (Sindicato dos Profissionais das Escolas Particulares de Londrina e Norte do Paraná), uma professora de CMEI (Centro Municipal de Educação Infantil) recebe, em início de carreira, R$ 4,8 mil por mês. Uma professora de CEI – que é mantida por entidades filantrópicas – recebe, pelo mesmo trabalho, menos de R$ 2,3 mil.
O descontentamento levou a categoria a promover atividades no Calçadão de Londrina no sábado (3). Dias antes, em 24 de abril, o sindicato da categoria conseguiu uma reunião com o prefeito Tiago Amaral (PSD) e representantes das secretarias da Fazenda, Planejamento e Educação. Na ocasião, administração argumentou que seriam necessários estudos para fazer uma contraproposta.
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“A expectativa é que teríamos alguma coisa de concreto hoje [quinta], mas não foi o que aconteceu. A prefeitura não tinha uma proposta e, diante do indicativo de greve, o secretário de Gestão Pública disse que vai encaminhar uma proposta antes da assembleia de sábado”, afirma o presidente do Sinpro, André Cunha.
A proposta apresentada pela categoria prevê, diante de problemas de caixa alegados pela atual administração, uma reposição no valor da inflação para 2025 e de 15% além da inflação para 2026 e 2027. “A prefeitura diz que tem um rombo de quase R$ 80 milhões na Secretaria de Educação e que a gestão anterior não teria feito uma previsão de reajuste per capita para as creches filantrópicas. Por isso, estamos falando de 5% sobre a inflação neste ano. Aplicado em R$ 2.291, [o impacto] não é nada”, argumenta.
Ainda de acordo com o presidente do Sinpro, a previsão orçamentária para os custos trabalhistas dos professores de CEIs neste ano é de R$ 50 milhões. Se a proposta for aceita, o impacto para os cofres públicos para o ano que vem seria de apenas R$ 8 milhões a mais. “Isso, dentro de um universo orçamentário gigantesco que é o da prefeitura (de cerca de R$ 3,5 bilhões em 2025), não é nada, para a manutenção de um serviço de qualidade prestado à população”, afirma o sindicalista, lembrando que o transporte público municipal recebeu um incremento nos subsídios de R$ 150 milhões.
Reposição per capita CEIs 2025
Em relação às negociações sobre o valor per capita (por aluno) repassado aos Centros de Educação Infantil conveniados ao Município, a Prefeitura esclarece que foram finalizados os estudos técnicos para aplicação da reposição (INPC 4,77%) e que a atual gestão municipal vai honrar com suas obrigações e respeitar o contrato com as entidades filantrópicas, apesar de não haver previsão orçamentária na LOA de 2025 para o reajuste.
A Prefeitura esclarece que, a partir de agora, cabe às entidades e ao sindicato dos professores tratarem da questão salarial dos profissionais.
A partir da próxima segunda-feira (12) serão iniciados os trâmites, inclusive com os retroativos a janeiro, serão pagos após a formalização dos mesmos.
Matéria atualizada em 09 de maio às 19h30