Cerca de 700 panfletos informativos foram entregues pela Secretaria Municipal do Ambiente (Sema) nas duas últimas semanas à comunidade próxima ao Parque Arthur Thomas, na zona sul de Londrina. São orientações sobre os perigos da alimentação não natural a animais silvestres, como macacos-prego, quatis e gambás.
A ação faz parte da campanha de conscientização da Sema, que inclui palestras, visitas guiadas ao parque, oficinas e ações educativas.
“O ato (de alimentar os animais) parece inofensivo, mas pode causar uma série de problemas para esses animais, como intoxicação, engasgo e alguma lesão, além do atropelamento, que é algo que vem acontecendo. O objetivo é zerar o índice de atropelamentos e sensibilizar a população para que os animais fiquem dentro do parque”, detalha a assessora de Educação Ambiental da Sema, Lidiani Isidoro.
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Número preocupante
DigiteDe novembro de 2024 até junho deste ano, foram registradas 16 mortes de animais por atropelamento nas imediações do parque, principalmente na Rua Charles Lindemberg. A mais recente foi na última segunda-feira (16), quando um motorista atropelou um macaco-prego que havia saído da unidade de conservação, provavelmente, em busca de comida.
“Eles andam em bando, então às vezes algum fica para trás e é atropelado. A maioria vai em busca desse alimento fácil, ou fica curioso, vê um saco de lixo, sente o cheiro e quer mexer. A gente orienta também colocar o saco de lixo para fora mais próximo do horário de coleta, ou pelo menos no dia”, explica Isidora.
A assessora conta que os macacos são os mais “ousados” em sair do parque e interagir com humanos, o que os coloca em maior nível de perigo pela possibilidade de se tornarem vítimas de crime ambiental. “Eles já estão acostumados a receber alimento da mão das pessoas, então se tiver alguém com má intenção querendo capturar para traficar, maltratar ou ferir, eles já vão estar mais domesticados”.
Sinalização
Digite aqui sJunto da CMTU (Companhia Municipal de Trânsito e Urbanização de Londrina), a Sema busca meios de melhorar a sinalização em volta do parque, para que os motoristas saibam das possíveis travessias de animais e tenham cuidado ao trafegar pelas vias. “Não pode pôr quebra-molas por ter muitas curvas, então eles estão vendo outras formas de sinalizar para poder reduzir a velocidade”.
Mudança no comportamento
O Parque Arthur Thomas é um remanescente de Mata Atlântica, oferecendo a todas as espécies que habitam no espaço os recursos alimentares necessários para que sobrevivam. Quando o animal deixa de buscar o sustento na natureza, seu comportamento pode sofrer mudanças prejudiciais à sua saúde.
“Se ele não precisar ir atrás do alimento mais difícil, que são frutos, cascas de árvores, usar pedras para quebrar castanhas, eles vão começar a diminuir essas atividades, as brincadeiras e passar mais tempo se reproduzindo, com a energia extra. Eles têm o hábito deles aqui dentro, que quando tem comida sobrando, vai sendo modificado”, pontuou Isidoro. Além disso, podem ficar doentes e fora do peso adequado por ingerir carboidratos e gorduras.
Com o nascimento de macacos-prego além do normal, que o parque pode não comportar, existe o perigo dos dois bandos existentes começarem a brigar pelo território, por ficarem mais agressivos quando se sentem ameaçados. O desequilíbrio ecológico pode levar a mortes, com o impacto na hierarquia já estabelecida.
Mapeamento
Digite aqui seu Conforme a assessora de Educação Ambiental, as visitas às residências e estabelecimentos comerciais próximos ao parque têm sido bem recebidas, com os munícipes se mostrando abertos a ouvir as orientações. Considerou ainda que a campanha tem ajudado a reforçar a segurança dos animais silvestres, diminuindo os malefícios ocasionados pelo afastamento de seu habitat natural.
A Sema realiza um mapeamento dos lugares já visitados. A panfletagem vai continuar até o fim do mês, com a próxima ação marcada para quarta (24), com a meta de entregar 2 mil panfletos no total.
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