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Viagem de férias: cinto de segurança previne lesões medulares e cranianas no caso de acidentes

Redação Bonde com Assessoria de Imprensa
20 jan 2025 às 14:15

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- Reprodução/Canva
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As férias de verão são um convite ao descanso e às viagens  para conhecer novos destinos e aproveitar os dias quentes. Nessa época, os riscos de acidentes de trânsito aumentam significativamente devido ao maior fluxo de veículos nas rodovias. 


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O neurocirurgião Ivan Hattanda, que atua em Londrina, destaca que, entre as principais consequências dos acidentes nas estradas, estão as lesões medulares e no crânio - os chamados traumas raquimedular e cranioencefálico - que podem causar danos irreversíveis ao corpo.

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De acordo com as Diretrizes de Atenção à Pessoa com Lesão Medular, publicadas pelo Ministério da Saúde, estima-se que ocorram a cada ano no País mais de 10 mil novos casos de lesão medular, sendo o trauma a causa predominante. Estudos em centros de reabilitação revelam que a maior parte dos casos relaciona-se a acidentes automobilísticos.


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O uso do cinto de segurança é uma das medidas mais eficazes para prevenir lesões graves em acidentes de trânsito. Dados do DNIT (Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes) mostram que o cinto reduz em até 50% o risco de morte e em 45% a probabilidade de lesões graves. Ele impede que os ocupantes do veículo sejam projetados contra o painel, o para-brisa ou para fora do carro.


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Um estudo da Associação Brasileira de Medicina de Tráfego apontou que o uso do cinto de segurança no banco da frente reduz em 45% as chances de lesões graves em sinistros e, nos bancos de trás, os passageiros ficam até 75% mais seguros. 


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Já para os motociclistas, o uso de capacetes é obrigatório, e as luvas, botas e jaqueta são essenciais para evitar lesões. 


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O QUE SÃO LESÕES MEDULARES?

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O doutor Hattanda explica que a medula espinhal é uma estrutura importante do sistema nervoso central, que fica protegida dentro da coluna vertebral. Ela é responsável por transmitir as informações e comandos entre o cérebro e o resto do corpo (braços, pernas, tronco, pelve). 


“As lesões medulares são danos à medula espinhal, decorrentes geralmente de uma fratura na coluna vertebral, que comprometem a comunicação entre o cérebro e o resto do corpo. Dependendo da gravidade e da localização da lesão, os sintomas podem variar de paralisia parcial a total tanto dos braços quanto das pernas, além de disfunções cardiorrespiratórias e geniturinárias”, define.

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A lesão medular pode levar a alterações motoras, sensitivas, autonômicas e psicoafetivas. Estas alterações se manifestam, principalmente, como paralisia ou paresia dos membros, alteração de tônus muscular, alteração dos reflexos superficiais e profundos, alteração ou perda das diferentes sensibilidades, como tátil, dolorosa, de pressão, vibratória e proprioceptiva, além de perda de controle esfincteriano, disfunção sexual e alterações autonômicas, como controle de sudorese, de temperatura corporal, entre outras.


Os principais tipos de lesão medular incluem paraplegia e tetraplegia. A primeira é  caracterizada pela perda dos movimentos e sensações nos membros inferiores (coxa, pernas e pés), geralmente causada por lesões na região torácica ou lombar. Pode ser uma perda total (paraplegia) ou parcial (paraparesia).


Já a tetraplegia é o comprometimento dos movimentos e sensações nos membros superiores e inferiores (nas mãos, braços, tronco e pernas). São associados a lesões na região cervical. Também podem ser total ou parcial.


Pessoas com lesões medulares frequentemente enfrentam complicações secundárias, como infecções pulmonares, urinárias e escaras devido à imobilidade prolongada; espasticidade muscular, que pode interferir na qualidade de vida; e depressão e outros transtornos psicológicos decorrentes das limitações físicas e sociais.


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TRATAMENTO COMEÇA NA CENA DO ACIDENTE


De acordo com o Dr. Ivan Hattanda, as lesões medulares se dividem entre primária e secundária. A lesão primária é aquela que acontece já no ato do acidente, com o sintoma já presente no momento da lesão. 


A lesão secundária é a piora da lesão primária, ou seja, a medula já machucada recebe outros fatores agressores que aumentam o seu dano: uma piora da compressão medular devido um transporte ou mobilização inadequada do paciente ou uma falta de oxigênio ou circulação de sangue na medula devido a algum dano em outros órgãos. 


Por isso, é importante destacar que o tratamento da lesão medular já começa na cena do acidente, durante o atendimento pré-hospitalar. Geralmente é realizado com a equipe do Samu (Serviço de Atendimento Médico de Urgência) ou do Siate (Sistema Integrado de Atendimento ao Trauma em Emergência), com a imobilização, estabilização e transporte da vítima de forma segura.


Chegando no hospital, a equipe do pronto-socorro já faz o primeiro atendimento hospitalar, diagnosticando os problemas e estabilizando a vítima.


Quando diagnosticada a lesão medular, o neurocirurgião é prontamente acionado, desencadeando uma cascata de medidas para o tratamento da lesão medular propriamente dita, que vai desde medicamentos, imobilização com colar e colete podendo, muitas vezes, passar por cirurgia.


"O tratamento cirúrgico para uma lesão medular, quando necessário, visa tirar o que está machucando a medula, seja um hematoma, um pedaço de osso devido a fratura da coluna ou até um corpo estranho. Durante a cirurgia, o neurocirurgião certifica que a medula está livre dessas compressões e, muitas vezes, é necessário estabilizar a coluna colocando parafusos, placas e hastes”, explica o especialista.


Depois da cirurgia, vem um longo período de recuperação, reabilitação e readaptação. O tratamento multiprofissional, com fisioterapeuta, fonoaudiólogo, psicólogo, nutricionista, entre vários outros, é peça importante para restaurar o máximo de função do paciente.

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